domingo, 16 de dezembro de 2007

Uma Final Diferente


Foi, sem dúvida, uma final diferente. Pouquíssimas vezes, o Japão assistiu uma decisão de Mundial Inter-Clubes com tantos gols, consagrando o campeão de forma tão absoluta. Apenas Flamengo, em 81, e o próprio Milan, em 90, haviam vencido com placares elásticos – ambos, por 3x0. Com os 4x2 de hoje, o Milan derrotou inapelavelmente o Boca Juniors, tornando-se o primeiro tetra campeão mundial.
Ao contrário do que se esperava, não foi uma final de forte marcação. Houve, sim, um posicionamento defensivo das duas equipes no primeiro tempo, com sete jogadores do meio para trás, e jogadas de ataque construídas sempre por poucos jogadores. Milan e Boca nunca atacavam com mais de cinco jogadores ao mesmo tempo. O Milan abriu o placar num contra-ataque de dois jogadores contra quatro defensores argentinos. Kaká, após bater prensado na zaga, achou Inzaghi livre na cara do gol para fazer 1x0. Menos de dois minutos depois, o Boca cobrou rápido um escanteio, e Morel Rodrigues cruzou para Palacio cabecear sozinho e empatar. No gol de empate do Boca, só dois jogadores argentinos estavam na grande área, superando sete defensores distraídos do Milan.
Se já havia espaços no primeiro tempo, o segundo do Milan, marcado por Nesta aos 4 do segundo tempo, tratou de aumenta-los. Perdendo, o Boca se lançou ao ataque, avançando os laterais, principalmente o Ibarra. Com liberdade para armar os contra-ataques, Kaká deitou e rolou, e o Milan aumentou para 4x1. O Boca ainda descontou no final, mas saiu de Yokohama com um duro castigo nas costas. De positivo, os argentinos tiveram uma grande atuação de Palacio, que lutou sozinho para tentar resolver os problemas ofensivos do time, e a postura de torcida, que não parou de cantar nem com a goleada já consolidada. Faltou para o Boca mais marcação, e, sem dúvida, faltou o Riquelme. Neri Cardozo, encarregado da articulação, esteve apagadíssimo.
O novo campeão Milan foi um time objetivo, que teve um Seedorf voltando a jogar bem. Nesta final, teve também a estrela de Inzaghi, mais oportunista e efetivo que Gilardino. E, claro, teve Kaká jogando muito, sendo tão decisivo quanto se esperava.Um último parêntesis: impossível não comentar a alma de retranqueiro do treinador Carlo Ancelotti, que ganhava o jogo por 4x1, ainda tinha onze jogadores em campo (Kaladze ainda não tinha sido expulso), e substituiu o seu único atacante – Inzaghi – pelo Cafu. Ganhou, é campeão do mundo, mas merece uma cornetada.

sábado, 15 de dezembro de 2007

O Pellegrini


Hoje é dia do Grande Prêmio Carlos Pellegrini, principal prova do turfe sul-americano, que movimentará Buenos Aires no fim da tarde de hoje (19:30, pelo horário local, ainda é dia na Argentina). Todas as análises apontam uma disputa muito equilibrada, com pelo menos seis cavalos argentinos com muita chance, além da presença forte dos representantes do turfe peruano, Al Kadir e Dushanbe, tidos como craques em seu país. O Brasil torce pelos potros que venceram as três provas da Tríplice Coroa paulista. Meu Rei, ganhador dos GPs Ipiranga e Jockey Club de São Paulo, primeira e segunda provas, fracassou no Derby Paulista, quando largou mal e acabou chegando afastado. Acredito que a raia pesada tenha sido, mais do que o prejuízo na largada, o fator principal para sua fraca performance, já que suas principais vitórias haviam sido na grama leve, correndo desferrado. Será montado por Altair Domingos, um bom acréscimo às suas chances. Mr. Universo (na foto), montaria do “fantasma” João Moreira, vem de ganhar o Derby Paulista, principal prova da sua geração até o momento, além de excelente segundo no GP Jockey Club de São Paulo, quando chegou a dominar Meu Rei, mas acabou sofrendo o “repique”.
Difícil fazer uma previsão sobre as chances dos brasileiros. Nos últimos anos, vários potros de boa participação no Derby tentaram a sorte no Pellegrini, com bons (Beautiful Dancer, Ballxiza) e maus (Core Business) resultados. As últimas vitórias brasileiras na prova máxima do turfe argentino vieram através de cavalos mais velhos, Much Better e Gorylla. Portanto, qualquer resultado dos nossos dois representantes não será surpresa.
Na prova de velocidade, o GP Felix de Alzaga Unzue, a presença da brasileira Eletro Nuclear. Nesta, não acredito, já que a distância que separa os melhores velocistas argentinos dos brasileiros ainda é grande. Craques imbatíveis no Brasil, como Clausen Export, foram lá e perderam. Como a Eletro Nuclear ainda não demonstrou ser “máquina”, acredito que não deva figurar.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O Milan Também na Final


Enfrentando os donos da casa, o Milan confirmou seu favoritismo e está na final do Mundial Interclubes contra o Boca Juniors. Brilhou Kaká, autor das melhores jogadas, inclusive a do gol de Seedorf, aos 23 do segundo tempo.
Os italianos entraram com a sua formação usual, apenas mudando o lateral esquerdo em relação ao time que vem sendo titular – Jankulovski, menos talhado para o apoio, substituiu Serginho. A novidade de Carlo Ancelotti foi posicionar a linha de zagueiros e a dos três volantes um pouco mais próxima do campo adversário, fazendo em alguns momentos uma pressão na saída de bola do Urawa Reds. O primeiro tempo foi totalmente controlado pelo Milan, que não correu nenhum risco, mas, como de hábito, criou pouco. A grande chance surgiu aos 23, quando Kaká deu uma de suas tradicionais arrancadas e colocou Seedorf na cara do gol, mas o holandês concluiu fraco, em cima do goleiro.
No segundo tempo, o Milan continuou sem abrir mão da sua filosofia, mas conseguiu desde o início concluir mais. Nos primeiros 15 minutos, Seedorf perdeu mais duas grandes chances, em passes de Kaká e Jankulovski. O Urawa respondeu com sua melhor conclusão, um chute de Washington defendido por Dida. Quando o jogo parecia que ia tornar-se mais franco, Kaká, em mais uma jogada individual, arrancou pela esquerda e serviu Seedorf, entrando na marca do pênalti para abrir o placar. Daí em diante, um Milan bem postado na defesa prendeu a bola, fez o tempo passar, e ainda teve mais duas chances, sempre em jogadas individuais de Kaká, que Pirlo e Seedorf desperdiçaram.
O Milan mostrou a sua conhecida cara, um time que prioriza a segurança defensiva, joga com apenas um atacante (hoje, mais uma vez, quando Ancelotti colocou Inzaghi, tirou o atacante que estava em campo, Gilardino), e espera que as soluções ofensivas saiam de alguma jogada individual do Kaká, ou dos passes do Pirlo.
Acredito numa final de muita marcação e jogo muito concentrado no meio de campo. Ontem, falei das possibilidades do Boca explorar as costas do Serginho, mas Ancelotti parece estar prevenido, hoje já escalou Jankulovski, que apóia menos e marca melhor, podendo ainda aparecer no domingo com Maldini na lateral, ainda mais preso na marcação. O Milan deve ser ainda mais cauteloso contra a equipe Argentina.A final do domingo não tem favorito, e será decidida pela atuação de Kaká. Se ele conseguir jogar, o Milan ganha. Se ele sucumbir à marcação, ganha o Boca.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Boca na Final


Estreando no Mundial de Clubes, o Boca passou apertado pelo Etoile du Sahel. Cardozo fez o único gol do jogo no primeiro tempo, repetindo a história de dificuldades dos campeões da Libertadores na estréia, desde a mudança de formato do mundial.
Sem Riquelme, o Boca entrou em campo com um 4-4-2 cauteloso, com três volantes – Vargas mais centralizado, Battaglia pela direita, Banega pela esquerda – e um meia (Cardozo) de pouca aproximação nos homens da frente, os eternos Palermo e Palacio. Errando muitos passes, o Boca pouco criou. Como o time tunisiano marcava forte, mas saía pouco, o primeiro tempo foi bastante amarrado, com pouquíssimos lances de perigo. O Boca acabou encontrando o gol aos 36, após uma bola alta sobrar para Palermo no meio de campo, e o centroavante demonstrar grande rapidez de raciocínio, ligando Palacio de primeira na ponta esquerda. Ao entrar na área marcado por dois, Palácio esperou a chegada de Cardozo, colocando-o na cara do gol, no bico da pequena área. O chute saiu cruzado, violento, pelo alto, aliviando os argentinos. De resto, o primeiro tempo teve uma chance clara do Etoile aos 43, desperdiçada pelo bom atacante Chermiti, e uma falta cruzada pelo Boca aos 47, que ninguém conseguiu cabecear.
O segundo tempo ganhou em movimentação, pois os africanos saíram para tentar o empate, passaram a ter o domínio territorial, já que o Boca recuava para tentar o contra-ataque, e tiveram três boas conclusões antes dos 20 minutos. A apreensão Argentina aumentou com a expulsão de Vargas, tomando ingênuo segundo amarelo ao entrar de sola num jogador tunisiano na meia-lua de ataque do Boca. Curiosamente, os argentinos cresceram com um a menos, recuando todos os seus jogadores de meio para a própria intermediária e abusando do lançamento longo para Palacio. Teve três grandes momentos, uma cabeçada de Palermo raspando aos 31, um pênalti claríssimo não marcado em Gonzalez (substituiu Cardozo) aos 34, e uma jogada individual de Palacio aos 41. Os africanos, parecendo cansados, só conseguiram criar uma grande chance, quando Gilson Silva cabeceou sozinho no segundo pau, aos 43, mas jogou para fora.
No final, foi curioso constatar a diferença de percepção dos jornalistas brasileiros – SporTV e EPSN Brasil – que transmitiam a partida, para quais o Boca “jogou muito pouco”, e dos argentinos, para quem o Boca “ganhou bem, mesmo com um a menos”.
Não se enganem, o Boca vai incomodar muito o Milan. Sente falta, é verdade, de um meio de campo com mais aproximação, pois os três volantes saem pouco - Banega pareceu ser o único dos três com qualidade para atacar. Cardozo, que deveria ser o camisa 10, foi tímido, apesar do gol. Quando o Boca precisa buscar o resultado, tem dificuldades. Quando enfrentar o Milan, no entanto, o Boca deve jogar como gosta, fechado, deixando apenas Palacio e Palermo para os contra-ataques. Se conseguir uma marcação eficiente em Kaká, como o Inter fez com Ronaldinho Gaúcho, pode surpreender. No lugar do Miguel Angel Russo, eu “grudaria” o Cardozo no Pirlo, para matar a saída de bola do Milan para o ataque, e abriria o Palacio nas costas do Serginho. Assim, poderia mais uma vez derrotar o favorito europeu.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Alucard, Lavor e Beto Feltran


A festa do Grande Prêmio Paraná teve três grandes personagens: o cavalo ganhador, Alucard; o jóquei Carlos Lavor; e o treinador Beto Feltran. O Jockey Club também merece comemorar o grande movimento de apostas (mais de 700 mil reais só no domingo), principal referência para que a festa possa ser considerada um sucesso.
Beto Feltran levou quatro provas. Ganhou os dois páreos de potros, entre eles o Grande Prêmio Jael B. Barros, com a “barbada” anunciada aqui na quinta, Skypilot, do Haras Santa Maria de Araras. Mostrou que é corredor, marcando 39´5 segundos, mesmo tentando cravar e se atirando violentamente para fora nos últimos 100 metros. O melhor, no entanto, ainda estava por vir para ele.
Antes de voltar a falar do treinador, e começar a falar do jóquei da tarde, vamos ao páreo de velocidade. Outro acerto meu, com a vitória firme de Ligeiro e Corredor, do Haras Belmont. Conforme eu havia alertado, o faladíssimo River Sun não era a barbada que muitos achavam, finalizando em pálido quinto lugar. A vitória acabou sendo um prêmio para o treinador Fernando Azevedo, que soube voltar seu cavalo para as distâncias curtas.
No Grande Prêmio Moyses Lupion, começava a ser escrita a parte do jóquei C. Lavor na tarde paranaense. A favorita Dirty Joke parecia “fina” (magra, para os não iniciados no turfe) no galope de apresentação – seu peso apontava 10 quilos a menos, bastante para uma égua de 450 quilos. Seduce Minister, que seria a grande rival, fez um cânter horrível, dando impressão que não chegaria. Em carreira, no entanto, Seduce Minister foi logo para a ponta, contrariando sua característica, e faltando 800 metros, Lavor decidiu “fazer a partida”, livrando boa folga. No final, ela acabou batida pela potranca Galheta, do já citado Beto Feltran. Perdeu o bi-campeonato da prova por uma condução infeliz do seu jóquei.
No páreo da milha, aconteceu o que eu havia previsto. Ganhou, mais uma vez, Prince Dodge, ficando a 0,1 do recorde da distância. O potro Hic foi um grande adversário, confirmando a dupla exata “santa” da reunião. Comprado por quinze mil reais para correr este páreo, Prince Dodge segue resistindo aos problemas físicos e vencendo.
Voltando às estrelas da festa, chegamos no GP Paraná. Acreditava, e anunciei, que a vitória só poderia ficar entre os dois favoritos, Bico Blanco e Alucard. Gostava mais do primeiro, mas a notícia do dia era que ele havia pisado numa pedra, estando dolorido no casco. Na corrida, Bico Blanco acompanhou de perto o ritmo dos ponteiros Diller e Uno Campione. Nos 800 metros finais, Lavor novamente resolveu partir para cima, lançando Alucard para a ponta. Ao entrarem na reta, Bico Blanco confirmou a informação e desistiu da briga, Diller igualmente “morreu”, e o potro Uno Campione voltou para cima de Alucard, mas a categoria do cavalo preparado por Beto Feltran - olha ele aí de novo – falou mais alto. Coisas do turfe: o jóquei Lavor, muito criticado pela direção da égua Seduce Minister, fez exatamente a mesma tática com Alucard, e saiu consagrado.
O resumo da tarde máxima do turfe paranaense é que, com raras exceções, ganhou quem tinha que ganhar. E este humilde blog acertou quatro dos cinco clássicos.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O Grande Prêmio Paraná


A partir de amanhã, o Jockey Club do Paraná organiza sua semana máxima, culminando no domingo, com a 65ª edição do Grande Prêmio Paraná, prova de Grupo I, e mais quatro provas clássicas. Como destaque positivo, a formação de duas reuniões – sexta e domingo, algo que não ocorre há alguns anos. O ponto negativo, o caráter local da festa, já que apenas um animal – Leporello, treinado no Rio, mas de propriedade do paranaense Haras Tributo A Opera - vem de fora para correr a prova principal. A incerteza quanto ao pagamento dos prêmios acabou sendo o grande “balde de água fria” que afastou outros forasteiros de maior categoria.
O GP Paraná, mesmo com a presença do citado Leporello, não deve fugir da dupla que dominou a última prova preparatória, Bico Blanco e Alucard. O primeiro ganhou quatro clássicos em seqüência por aqui, correndo sempre o suficiente para livrar pequenas vantagens. Em outubro, ainda foi a São Paulo vencer prova de Grupo 2, derrotando animais de categoria. Alucard, de campanha clássica no Rio e avassaladora vitória na estréia paranaense, perdeu para Bico Blanco por focinho na última, deixando o 3º colocado a treze corpos. Seus responsáveis esperam revanche, principalmente porque chove torrencialmente em Curitiba desde a manhã de ontem, e corre o boato que Bico Blanco renderia menos em pista pesada. Para mim, deve se confirmar a exata Bico Blanco – Alucard, podendo acontecer a ordem inversa. Apenas uma corrida anormal de algum deles pode desmanchar a dupla “santa”.
Na milha – Clássico Governador do Estado, ninguém pode marcar contra mais uma vitória do favorito Prince Dodge. Vem ganhando de galope, em ótimos tempos, e só pode perder para seus próprios problemas físicos. A dupla deve ficar entre Verano Porteño, que anda correndo páreos fortes em São Paulo, e o potro Hic, aliviado no peso e ainda invicto no Tarumã. Minha exata seria Prince Dodge – Hic, uma das mais certas da reunião.
No prova de velocidade – Clássico Delegação do Jockey Club de São Paulo, vários candidatos. Na Vila Hípica, só se fala no potro River Sun, que vem de três vitórias, uma no Tarumã e duas muito fáceis em São Paulo. Não o vejo como essa barbada toda, pois a parelha do Haras Belmont é forte, principalmente por Ligeiro e Corredor, mas sem desprezar seu faixa The Commander, e Futuro da Noite vem de boa vitória na preparatória. Com certeza, o clássico mais equilibrado.
Entre as éguas, que disputarão o Grande Prêmio Moyses Lupion, a provável ausência de L´Azzura deixa Dirty Joke como favorita absoluta. A exata com Seduce Minister é outra das mais firmes da reunião.A jornada de prova clássicas terá sua abertura no sexto páreo, com o Grande Prêmio Jael B. Barros, para animais de dois anos inéditos. Como não há retrospecto, apenas transcrevo o que tenho escutado, que a força seria Skypilot, treinado por Beto Feltran. Este, no entanto, é um clássico que sempre reserva surpresas. Ano passado, por exemplo, o grande favorito Scotch acabou perdendo.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Opinião Formada


Conforme o prometido, vi a terceira partida do Milan em seis dias. Em casa, contra o Celtic, pela última rodada da fase de classificação da Champions League. Os escoceses precisavam do empate para não depender do resultado do Shaktar Donetsk, que recebia o Benfica. Os italianos, já classificados, também garantiriam o primeiro lugar e a vantagem de decidir em casa nas oitavas com um empate.
Com o mesmo esquema de sempre, a novidade do Milan era a defesa toda reserva. Dida, Nesta, Serginho e parceiros, poupados para o mundial. Do meio para frente, no entanto, força máxima, com Inzaghi desta vez começando o jogo, na tentativa de bater o recorde de gols em competições européias. O que se viu foi um primeiro tempo ruim, apenas uma conclusão razoavelmente perigosa de Seedorf, e vaias para o Milan na saída para o intervalo.
No segundo tempo, esperava ver o Milan mudar a formação tática, apresentar uma variação mais ofensiva, mas o treinador Ancelotti não abriu mão do seu esquema. Com um pouco mais de vontade, o Milan criou duas chances, aproveitando a segunda – aos 24, Inzaghi fez o gol do recorde, após boa trama de Kaká e Cafu. O Celtic, mesmo sendo beneficiado pela derrota do Shaktar até aquele momento, abriu um pouco o seu ferrolho defensivo, dando chance ao Milan de produzir bastante nos 20 minutos finais. Brocchi, substituindo Seedorf, apareceu mais para o jogo, com dois bons chutes de fora da área. Kaká ainda perdeu gol feito nos descontos, depois de arrancar do meio de campo e driblar o goleiro. No final, 1x0 para o Milan e todo mundo feliz, com o Celtic classificado pelo resultado paralelo.
O Milan, em resumo, é um time pouco criativo. Joga, como já disse em outras ocasiões, em um 4-3-2-1, mantendo uma primeira linha de quatro, sempre com Serginho sendo o homem que apóia mais, enquanto o lateral direito (Oddo ou Bonera) fica mais fixo. Ontem, com a defesa reserva, usou o mesmo sistema, mas com Cafu saindo mais pela direita, e Favalli sendo o lateral mais defensivo. A linha de três volantes, quando atacada, mantém os limitados Gattuso e Ambrosini cobrindo as laterais e saindo pouco, e Pirlo mais centralizado. Quando o Milan tem a bola, Pirlo vira o armador, com todo o jogo passando por ele. Nas três partidas que vi, ele só foi bem em alguns momentos do primeiro tempo contra o Benfica, criando uma dependência do brilho individual dos meias. Como Seedorf não está bem, sobra tudo para o Kaká. Se ele tiver espaço como no segundo tempo de ontem, pode desequilibrar qualquer jogo. Tem sido, no entanto, muito marcado – parece óbvio que o Boca deva fazer a mesma coisa. No ataque, um homem invariavelmente isolado. Acho que Inzaghi é mais perigoso, mais oportunista que Gilardino, mas qualquer um dos dois carece de mais ajuda.Se o Milan é só isso que mostrou nas últimas três partidas, vai ter dificuldades em Tóquio. Parece uma equipe fácil de ser marcada, e vulnerável quando atacada nas costas do lateral que avança. O banco parece pobre, pelo menos se Ancelotti continuar abraçado na sua estrutura tática. Sua principal alternativa tem sido o francês Gourcuff, que lembra fisicamente o Cristiano Ronaldo, mas com a bola no pé se encarrega de apagar rapidamente esta associação. Ancelotti teria alternativas para ousar mais, como usar Gilardino e Inzaghi juntos, ou utilizar Cafu e Serginho avançando ao mesmo tempo, cobertos pelos três volantes. Não acredito, no entanto, em ousadias do treinador italiano. Vejo, portanto, o Boca Juniors com grandes possibilidades, ainda mais se o Milan desenterrar Ronaldo, o ex-fenômeno, que anda pedindo para sair na metade do primeiro tempo em jogo festivo, e se machucou no aquecimento contra o Benfica...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Os Melhores do Brasileirão


Poucas vezes, vi uma premiação de melhores do ano ser tão objetiva quanto ontem, em que a CBF premiou os melhores do Campeonato Brasileiro. Vitória contundente do campeão São Paulo, fazendo jus à diferença de pontos que o tricolor construiu sobre os demais ao longo da competição. Cinco jogadores na seleção do campeonato – Rogério Ceni, os zagueiros Breno e Miranda, os volantes Hernanes e Rycharlison, todos eles integrantes do sistema defensivo menos vazado. Rogério Ceni também foi eleito o craque do Brasileiro, tanto pelo júri quanto na votação popular. Breno levou o prêmio de revelação, Muricy Ramalho conquistou o tri-campeonato entre os treinadores.
O ataque eleito? Os dois principais artilheiros, Josiel e Acosta. Para completar a seleção, jogadores dos clubes que brigaram pela Libertadores, os flamenguistas Leonardo Moura e Ibson, o santista Kleber, o palmeirense Valdivia. Como melhor juiz, mais uma vez Leonardo Gaciba.
Em resumo, um prêmio aos resultados. Quem se destacou em números, acabou eleito. Não deixa de ser um bom critério.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O Diabo Cobrou a Conta


Em 2005, o Corinthians vendeu a alma para o diabo. Ontem, o diabo cobrou a conta – o Corinthians está na segunda divisão. Conseguiu um surpreendente empate com o Grêmio dentro do Olímpico, ajudado pelos dois gols relâmpago do Cruzeiro no Mineirão, que eliminavam definitivamente os gaúchos da luta pela Libertadores. Com a notícia de Belo Horizonte, o Grêmio desacelerou no segundo tempo, mas nem assim o Timão conseguiu produzir o suficiente para virar.
O Paraná nunca chegou a dar esperanças, já que perdeu um jogador expulso logo aos 6 minutos do primeiro tempo. Com um a menos, resistiu ao Vasco até os quinze do segundo, quando Morais abriu a porteira. Goleado por 3x0, o Paraná volta cair depois de oito anos – em 99, foi o penúltimo colocado, mas se beneficiou com a criação da Copa João Havelange para permanecer na elite.
O Corinthians dependia, então, de um resultado negativo do Goiás contra o Inter. O colorado fez a partida que se esperava, com profissionalismo, mas sem aquela gana de quem ainda disputa alguma coisa. Em ritmo de amistoso, o Inter fez 1x0 na cabeçada de Orozco. O Goiás, mais no entusiasmo do que na qualidade, foi criando chances e empatou ainda no primeiro tempo, com Élson colocando na saída de Clêmer. No segundo tempo, um pênalti ridículo cometido pelo horroroso Jorge Luís deu a chance de virada que os goianos precisavam. Paulo Baier amarelou de novo, errando duas vezes. O bandeirinha, acertadamente, anulou as duas cobranças, assinalando que Clêmer havia se adiantado. Coube a Élson ser o herói, acertando a terceira chance. A partir daí, foi esperar o fim dos jogos para o Goiás comemorar a permanência na primeira divisão – prevista aqui na quinta-feira.
Não tenho pena da torcida corintiana. O “bando de loucos” que hoje chora é o mesmo que um dia cantou “Kia é da Fiel”. O clube todo - direção, sócios, torcida – vendeu a alma para o diabo. Agora, todo mundo vai junto para o Inferno. O consolo é que, ao contrário da lenda, o inferno não deve ser eterno, deve durar apenas um ano.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Milan, De Novo


Milan, de novo, agora pelo campeonato italiano e jogando em casa – o que não tem sido muita vantagem, já que a equipe ainda não ganhou nenhuma dentro do San Siro pelo nacional. O adversário, a vice-líder Juventus, de Buffon, Nedved e Trezeguet.
Novamente, a mesma estrutura tática, o 4-3-2-1 que a equipe vem utilizando. As diferenças em relação ao jogo contra o Benfica, apenas pontuais: o volta do suspenso Ambrosini como um dos três volantes, e a entrada de Oddo na lateral direita, no lugar de Bonera. Desta vez, um time ainda menos criativo, já que Pirlo está mal. A melhor chance do primeiro tempo é da Juve, um chute na trave de Trezeguet.
No segundo tempo, poucas mudanças. Duas substituições, por volta dos quinze minutos, a entrada do quarentão Maldini no lugar de Serginho (de novo), e a troca do atacante isolado por outro – Inzaghi no lugar de Gilardino. Os milaneses têm duas boas chances, um voleio de Kaká após cruzamento da direita, e um lançamento direto do zagueiro Khaladze encontrando Inzaghi livre atrás da defesa – em ambas, a conclusão acaba sendo em cima de Buffon.
Em resumo, muito pouco para um pretendente a campeão do mundo. Um time sem imaginação, principalmente quando Pirlo está errando mais passes do que acertando, e quando Kaká está muito marcado – o que tem acontecido em todos os jogos. O lado esquerdo da defesa, nas costas do Serginho, parece ser o ponto mais vulnerável, o caminho das pedras para os adversários. Quando entra o Maldini, a marcação melhora por ali, mas acaba o apoio pelo flanco. O ataque de um homem só, seja Gilardino ou Inzaghi, pouco assusta.
Ainda quero ver o Milan mais uma vez, mas o meu favorito, hoje, seria o Boca, mesmo sem Riquelme, que não foi pré-inscrito no Mundial.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Suspense Continua


A definição do rebaixamento, como previ na terça, ficou para a última rodada. A ruindade dos ameaçados se manifestou novamente, Corinthians e Goiás perderam e sofrerão por mais quatro dias, no mínimo. Com estas derrotas, ainda mantiveram a esperança do Paraná. Ou seja, acertei ao prever o desfecho na última rodada, mas errei ao acreditar que apenas paulistas e goianos polarizariam as atenções.
No Pacaembu, o Corinthians mostrou novamente o tamanho da sua limitação. Correu, lutou, a torcida empurrou o tempo todo, até gandula andou jogando bola dentro do campo para evitar contra-ataque do Vasco. Teve, é verdade, um pênalti não marcado a seu favor no primeiro tempo, mas as principais chances de gol foram mesmo do visitante carioca. Infelizmente para a Fiel, o time é muito fraco, a começar pela defesa tosca, insegura, que insiste na ligação direta. No meio, os únicos momentos lúcidos passam pelos pés do Carlos Alberto, que cansou na metade do segundo tempo e foi substituído pelo Vampeta! O ataque sentiu a falta do Finazzi!!!! Por aí, fica claro o tamanho do desafio que será ganhar do Grêmio no Olímpico para não depender dos outros.
A missão do Paraná também continua muito difícil, pois precisa torcer para que seus rivais nesta briga não vençam, além de vencer o Vasco em São Januário. Fazer a própria parte é o grande desafio do tricolor paranaense, que conquistou apenas 13 dos seus 41 pontos em jogos fora de casa. São apenas três vitórias longe de casa, duas delas conseguidas na segunda e terceira rodadas do turno, quando o Paraná chegou a ter 100% de aproveitamento e liderar o campeonato. De lá para cá, só mais uma vitória fora, sobre o Flamengo, em Uberlândia. Mesmo a chegada de Saulo de Freitas não conseguir mudar a tendência, são 12 derrotas e um solitário empate nos últimos treze jogos fora. Ou seja, o problema do Paraná é ele próprio.
A definição dos últimos dois rebaixados fica, então, nas mãos do Internacional. A chance do Goiás dependerá do quanto o colorado estiver interessado no jogo. Obviamente, não falo em derrota premeditada, para rebaixar o Corinthians. Isto não existe mais em um futebol extremamente profissional, em que os jogadores têm pouca ou nenhuma vinculação emocional com o clube. Falo da equipe gaúcha entrar muito ou pouco ligada no jogo, dividindo todas as bolas ou tirando o pé, com a cabeça em 2008. Contra um Inter na marcha lenta, os goianos terão chance de ganhar os pontos necessários para ultrapassar os paulistas. Contra um Inter ligado, será muito mais difícil o Goiás superar a sua limitação técnica e o nervosismo. Goiás x Inter, será, então o jogo chave da briga contra o rebaixamento.Meu palpite: o Goiás escapa. Ao Corinthians, restará secar os rivais, confiando na vantagem de um ponto conseguida até aqui

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Uma Prévia do Milan


Na quarta-feira de muitos jogos pela Champions League, escolhi ver o atual campeão Milan, para formar minhas opiniões para o Mundial de Clubes que vem por aí. Saindo para enfrentar o Benfica, lanterna da chave, o treinador Ancelotti iniciou a partida com o mesmo esquema que a equipe vem adotando, uma espécie de 4-3-2-1. Uma linha de quatro zagueiros, com Serginho avançando mais pela lateral esquerda, três volantes, dois deles mais fixos e o Pirlo com liberdade para armar a equipe, Kaká e Seedorf como meias de chegada, Gilardino fixo na frente.
Nos primeiros quinze minutos, Pirlo conseguia buscar jogo na intermediária do seu time sem marcação, o que proporcionou aos italianos começarem melhor e saírem na frente, em belo chute do próprio. A partir daí, o Benfica entendeu a dinâmica do jogo, adiantou a marcação e o Milan foi progressivamente sumindo. O empate veio em seguida, aos 20, gol do uruguaio Maxi Pereira. Forçando o jogo em cima do Serginho, o Benfica terminou o primeiro tempo sendo mais perigoso.
No intervalo, Maldini entrou no lugar do lateral brasileiro, passando a ficar mais fixo na marcação. Na terceira substituição, a entrada de Oddo no lugar do apagado Seedorf, o Milan adotou o velho retrancão italiano, com duas linhas de quatro bem recuadas, Kaká tentando ser a válvula de escape e o Gilardino cada vez mais isolado. Só teve duas grandes chances no finalzinho, depois que o treinador Camacho, do Benfica, tirou um zagueiro para colocar o americano Freddy Adu.
A primeira impressão é de um time muito dependente da articulação do Pirlo e do brilho individual dos meias, especialmente Kaká. Hoje, muito marcados, eles pouco produziram. Ainda terei, no entanto, a oportunidade de ver o Milan mais duas vezes antes de Tóquio, no clássico contra a Juventus (sábado) e no encerramento da primeira fase da Champions, na próxima terça, contra os escoceses do Celtic. Até lá, fico sem escolher o meu favorito para o Mundial.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Flamengo, Quem Diria...

Aconteceu o que parecia impossível: o Flamengo está na Libertadores, e com uma rodada de antecedência. Aproveitando o adiamento de alguns jogos por causa do Pan, o Fla reforçou o elenco e cresceu na reta final, saindo de um aproveitamento de 33% com Ney Franco para 65% na nova fase. Ressuscitou, com isso, a carreira do Joel Santana, que cada vez mais era visto como figura folclórica e de poucos resultados. O Santos também assegurou a sua vaga matematicamente, virando um jogo que perdia até os 26 do segundo tempo, e sepultando qualquer esperança do Paraná. Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio vão com chances para a última rodada. O alviverde depende de uma vitória simples contra o Atlético Mineiro em casa, que jogará para alimentar a esperança do arqui-rival. Se o Galo não perder, abre a possibilidade do Cruzeiro, vencendo o América de Natal, recuperar a vaga que pareceu garantida durante quase todo o campeonato. Para o Grêmio, só um milagre ajuda...
O Grêmio, aliás, abre o grupo da choradeira, integrado ainda por Inter e Botafogo. Todos estes terminarão o campeonato lamentando “aquele” jogo ou grupo de jogos. Os gremistas lembrarão da derrota em casa para o Figueirense, e da pífia campanha como visitante. Os colorados, a montagem do grupo durante o campeonato, e os empates cedidos a Náutico, Atlético-MG e Corinthians nos momentos finais das partidas. E os botafoguenses vão sofrer com as memórias de todo o processo iniciado pela desclassificação da Sul-Americana – saída e retorno do Cuca, três derrotas consecutivas, etc. Para os três, vai ficar a sensação de que a vaga na Libertadores foi “jogada fora” – até o Flamengo chegou lá!
Agora, é esperar o complemento da rodada amanhã, que deve confirmar a polarização da disputa para não cair entre Goiás e Corinthians – não acredito que a definição matemática ocorra por antecipação. Até lá, o momento crucial desta luta terá sido o pênalti perdido pelo Paulo Baier.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

As Eliminatórias Até Aqui

O Brasil acaba de vencer o Uruguai, jogando mal e agradecendo às peças fundamentais de qualquer time: o goleiro e o centroavante. Chile e Paraguai estão fechando a quarta rodada neste momento, e acredito já ser possível tirar algumas conclusões.
Na Seleção Brasileira, adeus Vagner Love (além, é claro, do Afonso). Bastou ter um centroavante definidor para o resultado melhorar. Continuo achando que todos estão esquentando o lugar do Pato para 2010, mas o Luis Fabiano mostrou personalidade e pontaria, confirmando a boa fase de artilheiro do campeonato espanhol. Não agüentava mais atacante que não faz gol, principalmente quando o time só joga com um.
Aliás, aí está o problema da Seleção, um meio de campo vazio, com dois volantes e os três “tenores”, como anda falando a imprensa, que são craques, mas jogam da intermediária inimiga para frente, criando um buraco, abrindo espaços generosos para as equipes adversárias. Falta um articulador, o Brasil perde os rebotes ofensivos e defensivos, só pode funcionar bem contra o Equador no Maracanã. Hoje, sem querer sem comentarista de resultado, o time melhorou com Josué no lugar do Ronaldinho. Quem deve sair? Como deve ficar o time? Onde está o tal articulador? Ainda não formei minha opinião, mas o esquema atual, com um atacante fixo e Kaká, Ronaldinho e Robinho trocando posições, ainda não ganhou de ninguém, e nem vai. De jogo de hoje, ganham pontos o já citado Luis Fabiano, Julio César, e, porque não, Dunga, que foi corajoso em abrir mão das estrelas na hora certa.
As Eliminatórias Sul-Americanas seguem, até aqui, sem surpresas. Como sempre, temos três equipes que nada pretendem – desta vez, o Império Inca de Peru, Equador e Bolívia, Brasil e Argentina como os dois grandes favoritos desta fórmula de pontos corridos, e cinco equipes buscando duas vagas diretas e uma provável na repescagem.
Ainda não vi Chile e Paraguai, que jogam neste momento, mas dos cinco restantes, a Venezuela me parece candidata para, ao longo da disputa, juntar-se ao grupo de baixo. Ontem, só virou o jogo quando o goleiro da Bolívia “mancou”. Até então, esteve sempre atrás no marcador, mostrando muita fragilidade defensiva, principalmente quando atacada pelas laterais.
O Uruguai mostrou que pode figurar, apesar da sétima colocação neste momento. O jogo de hoje, apesar da derrota, é uma boa referência. Já a Colômbia ainda me parece uma incógnita. Por um lado, jogou três em casa e apenas uma fora, quando empatou em zero com uma Bolívia que só leva goleada. Por outro, já enfrentou Brasil e Argentina, somando quatro pontos. O desempenho da Colômbia na seqüência da disputa deve ser o fiel da balança. Se confirmar os resultados obtidos até aqui, deve estar entre os quatro. Senão, abre caminho para Uruguai e Chile reagirem, pois o Paraguai, pela informação que acabo de receber já está fazendo 2x0 no Chile em Santiago e assumindo a liderança.
Sendo assim, aponto meu palpite, minha quadrifeta, para quem gosta de apostas:
1º Brasil / Argentina
2º Brasil / Argentina
3º Paraguai
4º Uruguai / Colômbia
O Chile fica como azarão para tentar a repescagem.