terça-feira, 22 de setembro de 2009

Museu do Boca


Visitei o Museo De La Pasión Boquense, o museu oficial do Boca, na minha última ida a Buenos Aires. Cantado em prosa e verso como o mais completo museu de um clube sulamericano, é um passeio legal, mas tem algumas falhas.
Logo na entrada, um corredor apresenta Los Protagonistas, uma galeria de fotos de todos os jogadores que defenderam o clube em pelo menos uma partida “oficial da primeira divisão” (sic) desde 1931. Pelo esclarecimento do folder, trata-se apenas de quem jogou pelo Campeonato Argentino, o que, de qualquer forma, é um belo trabalho de resgate histórico. Inclui vários brasileiros, até o Baiano, aquele lateral direito que jogou na Seleção na época do Luxemburgo, além dos colorados Iarley e Vargas.
Há também, obviamente, camisetas históricas, ingressos de jogos importantes, flâmulas e taças. Na ala denominada Los Campeonatos, monitores mostram gols de títulos históricos, com um problema: o mais recente é de 2000, ou seja, não estão incluídos os títulos desta década, tão gloriosa para o clube.
O passeio inclui ainda dois espetáculos audiovisuais, Los Ídolos, um filme de aproximadamente 10 minutos sobre os craques que passaram pelo Boca (legal), e La Pasión, um ambiente em formato de bola, onde um filme em 360º se propõe a simular a emoção de entrar em campo na Bombonera vestindo a camisa do clube e disputando um jogo oficial. Este é o maior mico do museu, as sessões acontecem apenas de hora em hora, e o filme é bem pobre. Além do mais, o “craque” do filme não joga nada – erra passes, toma um cartão amarelo por entrar “lotado” no adversário e cobra uma falta tão mal que o jogador da barreira mata no peito e sai jogando.
Na visita guiada pelo estádio, a Bombonera mantém aquela imponência que lhe fez fama, mas parece muito descuidada, com arquibancadas rachando e a pintura descascada. No final, dá para tirar aquelas fotos montadas, onde o visitante pode sair abraçado em Riquelme, Palermo, Tevez ou Maradona.

Na fase atual do Boca, parece que o melhor que há na Bombonera é o museu.

domingo, 13 de setembro de 2009

Polla de Potrillos


Semana passada, estive na terra dos hermanos, mas não para ver o jogo da seleção da CBF - me permito não chamar de brasileira uma equipe feita para negociatas. Fui a Palermo ver a Polla de Potrillos, primeira prova da tríplice coroa argentina.
Muito havia escutado sobre Palermo, que é um hipódromo bonito e bem cuidado, mas não é a oitava maravilha das Américas, como se fala. Dizem que há mais 5.000 slot machines (traga-monedas, como eles chamam) ajudando no faturamento, mas não vi o movimento que se comenta. Filas de espera de dez pessoas nas maquininhas? Nunca.
Cheguei por lá no páreo anterior da atração máxima. Três anos sem vitória, com alguns estreantes comentados na revistinha que comprei – uma das três disponíveis. Na minha análise, o favorito Lazy Storm, que havia beliscado em todas as suas cinco atuações anteriores, era a força, e pagava 2,60. Comentava-se muito o estreante Forty Croo, mas o rateio não era de barbada – 8,50, e com poucas pules de placê. Joguei firme no favorito, e a pedra começou a me dar tranqüilidade, mostrando um jogo cada vez mais forte na minha escolha – ganhou fácil, pagando 1,90.
Na Polla, estudei bastante, e cheguei a conclusão que a vitória não poderia fugir de três potros. Obviamente, muita chance para o favorito - 1,50 - Quartien Latin, facílimo ganhador nas suas duas apresentações, a última, um grupo 2, preparatório da Polla. Além dele, escolhi Don Valiente, que havia perdido na estréia para Call Wells (igualmente inscrito aqui), para depois vencer por 14 corpos em 93´59, tempo muito melhor do que o favorito havia marcado. Não havia como deixar de respeitar San Livinus, ganhador da Carrera de Las Estrellas Juvenille e segundo nas 2000 Guineas, duas provas de grupo, mas na grama, em San Isidro. Para mim, a evolução de Don Valiente prevaleceria. Ainda mais que ele era o mais bonito no galope de apresentação.
Após o cânter, percebi que os meus três escolhidos eram do mesmo treinador, e que Pablo Falero, o líder das estatísticas de jóqueis, montaria San Livinus, cujo trabalho na areia ele havia gostado (segundo a revista). Mudei meu jogo, optando pela dupla Quartien Latin-San Livinus. Havia avisado meus amigos que jogaria em Don Valiente, mas mudei.
Na carreira, o favorito Quartier Latin, ao contrário das anteriores, já tomou a ponta nos 1300 e virou a reta liderando. Já se percebia, no entanto, o avanço de Don Valiente. A partir dos 400 finais, a briga foi entre os dois, com Don Valiente prevalecendo nos últimos 100 metros. Após o páreo, a arquibancada se dividiu em gritos de comemoração do tipo “esse era barbada” e recriminações ao jóquei Rodrigo Blanco pela condução precipitada do favorito.

Resumindo, poderia ter saído de Palermo com 100% de aproveitamento, mas acabei estudando demais e errando o páreo principal.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Travers 2009


O Travers Stakes, conhecido como o “Derby de Verão”, é um dos GPs mais antigos dos Estados Unidos, tendo chegado, no último sábado, a sua 148ª edição. Falei aqui, após o Belmont Stakes, que o Travers 2009 “seria o início do esclarecimento”, uma possibilidade de apontar um legítimo líder masculino da geração, já que nenhum potro despontava como craque.
Sem Mine That Bird, recentemente operado, a dúvida vai continuar, apesar da firme vitória de Summer Bird. O campeão do Belmont ganhou fácil, mas sem enfrentar seu irmão paterno. Mais do que isso, um ganhador do Belmont vencer o Travers não é novidade, aconteceu com 30 dos 59 cavalos que tentaram. Summer Bird era a lógica no ultimo sábado, pena que eu só percebi depois do páreo. Quality Road, favorito de 2,50, vinha de quatro meses parado, e havia reaparecido em 1.300 metros, para enfrentar os 2.000 do Travers no barro, em apenas 28 dias. Não tomou a ponta ao natural, nem seu jóquei John Velásquez procurou forçar, preferindo correr em quarto, sempre por dentro. Quando procurou pelo favorito, tinha muito pouco a receber como resposta.
Summer Bird, corrido muito mais perto do que no Belmont, já dominou na entrada da reta e venceu por quatro corpos. Potro de estréia tardia, aparenta estar evoluindo a cada atuação, podendo ser o grande nome dos próximos GPs americanos. É esperar para ver a confirmação.
A tarde de sábado em Saratoga teve ainda boas notícias para o Sheik Maktoum e sua Godolphin. A égua Music Note venceu o Ballerina Stakes, e o tordilho Vineyard Heaven, reaparecendo após mancar em Dubai, venceu o King´s Bishop Stakes, mas acabou desclassificado em favor de Capt. Candyman Can. Perder nunca é bom, mas a atuação de VH, um dos mais promissores dois anos de sua geração, leva a crer que ele está de volta à velha forma. Ainda vai incomodar em 2009.
A semana da Godolphin, foi, aliás, como há muito não se via. Ainda em Saratoga, Sara Louise ganhou o Victory Ride (G3), o recém adquirido Delegator ganhou a Celebration Mile (G2), em Goodwood, e Campanologist levou o Winter Hill St. (G3), em Windsor, ambos na Inglaterra. Quatro vitórias de grupo no mesmo dia, e um reaparecimento auspicioso. Talvez o ano do Sheik não acabe tão ruim como pintava.