quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Piada do Mês


Esta época de final de ano, com a maioria dos campeonatos de futebol encerrados ou sendo paralisados para as festas de fim de ano, produz algumas pérolas, já que, na falta de notícias, alguns jornalistas começam a divulgar qualquer tipo de boato, com ou sem fundamento.
Hoje, saiu no Lancenet a peróla do mês: o Botafogo teria um plano em andamento para contratar Ronaldinho Gaúcho!!!
Segundo a notícia, o negócio foi inviabilizado pelo veto de Silvio Berlusconi, “para evitar perda de prestígio” (sic).
A dúvida é se Ronaldinho iria fazer dupla de ataque com o André Lima ou com o Vitor Simões...

sábado, 19 de dezembro de 2009

O Melhor do Mundo, Finalmente


O Barcelona finalmente conseguiu o título que lhe faltava, o de campeão mundial, em uma decisão emocionante, que parecia perdida. Um gol aos 44 minutos do segundo tempo e a virada na prorrogação consagraram Messi, o melhor jogador do mundo em 2009, e Guardiola, o treinador de melhores resultados como iniciante da história do futebol europeu.
Foi um jogo dramático, apesar de alguns momentos de baixa qualidade. De cara, defini a minha torcida para os argentinos, primeiro pelo rateio que pagavam no Sporting Bet, um convidativo 8,50 que me fez arriscar alguns trocados, mesmo sabendo da missão difícil que teriam. Depois, pela cena da entrada em campo, com um time de branco ao lado Barcelona, revivendo grandes memórias de 2006. O primeiro tempo parecia a repetição de um filme, com o Barça tendo a posse da bola, mas o Estudiantes chegando ao gol em um cruzamento da esquerda, não interceptado pelo Pujol, e brilhantemente cabeceado pelo centroavante Bosseli para fazer 1x0 para os argentinos. O Barcelona errava passes, começava a ficar nervoso com o juiz (que erradamente deixara de marcar um pênalti claro sobre Xavi), e parecia começar a reviver um pesadelo em vermelho e branco. Ao comentar o jogo com amigos, no intervalo, observei que o preparo físico seria crucial para a vitória argentina, pois o Estudiantes precisaria conseguir manter a intensa marcação da primeira etapa. O Sporting Bet, naquele momento, continuava apostando no Barça, indicando-lhe um favoritismo de 2,50 para vencer ainda no tempo normal, e de 1,60 para ficar com o título.
Na volta do intervalo, Guardiola começou a fazer diferença, ao substituir o meiocampista Keita pelo atacante Pedro, o talismã catalão. O Barcelona passou a ter, na prática, quatro atacantes em intensa movimentação, confundindo a marcação argentina e criando as chances de gol que não haviam aparecido até então. Foram vinte minutos de muita pressão, até que o nervosismo pelo gol que não saía começasse a pesar. A partir da segunda metade do segundo tempo, o Estudiantes, mesmo cansando visivelmente (principalmente Veron), parecia que ia resistir, pois o Barça começava a tentar simplificar, lançando bolas na área. Após os 35 do segundo tempo, o zagueiro Pique virou centroavante, em clara demonstração do desespero dos europeus. Acabaria sendo ele que, aos 44 do segundo, ganharia de Cellay (até então um monstro na zaga) na cabeça, escorando para Pedro, sozinho, também cabecear e encobrir o nanico goleiro Albil, empatando o jogo e levando a decisão para a prorrogação. Duríssimo golpe para o Estudiantes: o técnico Sabella continha o choro, a torcida, até então espetacular, parava de cantar, os jogadores baixavam a cabeça.
Na prorrogação, o ataque x defesa continuou, até que Messi escorou com o peito o cruzamento de Daniel Alves para definir o jogo e sair vibrando muito. Um prêmio ao argentino que nunca jogou por lá, que foi chamado de “craque do Playstation” após insucessos dos hermanos nas eliminatórias. Um prêmio também à ousada mudança de Guardiola no intervalo, indo para o tudo ou nada, e ficando com tudo. Se eu achava que ele não comemorava por soberba, tive que engolir o que falei, pois o treinador caiu em choro copioso na hora da cerimônia de premiação. Faltou ao Estudiantes segurar um pouco mais a bola, arriscar um pouco mais no contrataque, manter um pouco mais o “gás” (correr 90 minutos nos Emirados Árabes não é tão fácil quanto correr os mesmos 90 no frio do Japão). Faltou até um pouco de sorte, já que no último lance do jogo, Desabato cabeceou a milímetros do poste esquerdo de Victor Valdez, não conseguindo o empate heróico. Mereceu o Barcelona, pela qualidade, pela busca incessante da vitória, e por querer, mais do que nenhum europeu, o título que lhe faltava.
Fiquei sem o dinheiro, mas com toda a história para contar...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Terceira Chance


No sábado, o Barcelona terá sua terceira chance de chegar ao título mundial, e, pela primeira vez, não vai pegar um brasileiro na decisão. Na terça, o Estudiantes venceu o Pohang Steelers, da Coréia do Sul, em jogo que não assisti, e de forma tranqüila, segundo os comentários. Desde que a Fifa implantou o novo formato, foi a classificação mais fácil de um sulamericano, apesar do placar magro de 2x1, já que logo após marcar o segundo gol, no início do segundo tempo, os argentinos ficaram com um jogador a mais, e acabariam a partida com três a mais. Nos melhores momentos, o meu destaque fica para o gol do Pohang, validado de forma incrível pelo bandeirinha, apesar de pelo menos três jogadores estarem visivelmente adiantados (http://www.youtube.com/watch?v=xFeqINtr-xs).
Ontem, assisti a vitória tranqüila do Barcelona sobre o Atlante, apesar dos mexicanos terem saído na frente. No final, o jogo lembrou muito a semifinal do Barça com o América, em 2006: toques de calcanhar, dribles, clima de show. Os mexicanos não aprenderam, ainda, que existe muita diferença entre um time jogar fechado e jogar recuado. O Atlante esperava o Barcelona aquém da linha divisória, mas dava muitos espaços. O lance do segundo gol é emblemático, reparem o tempo que o Ibrahimovic tem para dominar, girar e achar Messi entrando livre na área (http://www.youtube.com/watch?v=HQQhrWxB6b4).
No sábado, obviamente, a final será um jogo diferente, o Barça não terá moleza contra o bem organizado time do Estudiantes. Eu geralmente torço pelos sulamericanos, ainda mais depois de ver a soberba dos europeus escancarada em imagens como a do técnico Guardiola, que quase não comemorou os gols do seu time. No sábado, dependendo do andamento da partida, vou abrir uma exceção e ser solidário com o Barcelona, não por causa do futebol bonito, nem por pena do clube que está para sempre na história do Inter. Meu motivo é uma lembrança de 2006, quando encontramos, na véspera da final, dois espanhóis no Monte Fuji. Um deles, o que está bem no meio da foto acima, me disse estar preocupado com o que poderia acontecer no dia seguinte, pois apesar da imprensa espanhola levar de barbada aquela decisão, ele sabia que jamais seria fácil ser campeão sobre um time brasileiro. Por uma casualidade do destino, quando embarquei de volta para o Brasil, dois dias depois do jogo, nosso “amigo” catalão, quando nos reconheceu entrando no avião, levantou da poltrona que já ocupava e nos aplaudiu, reconhecendo o mérito da vitória do Inter. Um gesto nobre, de muito espírito esportivo, que eu provavelmente não seria capaz de ter se houvesse perdido.
No sábado, então, vou torcer que o vencedor não seja beneficiado por uma arbitragem incompetente, algo que anda cada vez mais comum, infelizmente. Que vença o melhor, o que não significa, necessariamente, o mais virtuoso. Enfim, que ganhe aquele que mais merecer, e que a sua torcida aproveite os momentos que eu um dia aproveitei – menos, é claro, o Monte Fuji, que vai estar longe de Abu Dhabi.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Fundo do Poço?

O turfe brasileiro parece estar chegando ao fundo do poço. O escândalo do momento é a suspensão de vários treinadores pegos no antidoping e punidos com penas duríssimas. Dulcino Guignoni, o maior ganhador de provas de grupo na última década, que já está suspenso desde agosto, viu agora seu substituto R.M. Lima também “cair”. Pior ainda, seu filho Leandro, que estava atuando em Cidade Jardim, responsável pela tropa de grandes proprietários cariocas que para lá migraram, já foi pego em quatro casos, fora os que ainda estão esperando contraprova. Já está suspenso por 900 dias (dois anos e meio), e pode piorar. Com o escândalo, Lineo de Paula Machado resolveu expulsar Guignoni (o pai), seu treinador de longa data, do CT Vale do Itajara.
Na Gávea, a punição foi para Zezinho Pedrosa e os treinadores que lhe emprestaram o nome após uma suspensão, Renato Nascimento e Edson Ricardo. A comissão de corridas carioca considerou que os repetidos casos de doping da cocheira de Pedrosa, e a transferência dos cavalos (no papel) para outros treinadores, que acabariam igualmente flagrados, era falta gravíssima, e cassou a matrícula dos três, que ficam, assim, impedidos de exercerem a profissão.
O problema é que os casos são nebulosos. Guignoni sempre foi enaltecido como grande campeão, e repentinamente é o maior vilão do turfe brasileiro. Concordo com o que diz Renato Gameiro em seu blog, não há dúvidas que Guignoni era o alvo, e seu filho, o instrumento para atingi-lo. Resta saber porque, de uma hora para outra, todo mundo se voltou contra ele. Quanto a sua saída do Vale do Itajara, lamentável a postura do titular do Haras São José & Expedictus, fritando o profissional que lhe trouxe tantas vitórias. Duvido muito que um proprietário trabalhe uma década com um treinador sem conhecer seus “métodos de trabalho”. Em português mais claro, se Guignoni sempre dopou os cavalos, seus patrões com certeza sabiam, e foram covardes em atirar o treinador aos leões. Se o fato foi ocasional, os proprietários deveriam ter sido solidários com o profissional, aguardando uma completa apuração do ocorrido antes de tomar uma medida tão drástica.
Aí entra, então, o caso de Zezinho Pedrosa. Os proprietários que possuem cavalos com ele estando usando todos os canais possíveis para expressar indignação com o que eles chamam de “perseguição”. Segundo dizem, tudo começou quando uma égua treinada pelo Pedrosa apareceu retirada de um páreo da qual seria franca favorita, com o pedido de forfait contendo uma assinatura claramente falsificada do treinador. Pedrosa denunciou o fato, o forfait foi cancelado, a égua correu e ganhou. A partir daí, começaram a pipocar os casos de doping contra ele e seus substitutos, até a cassação. Seria, portanto, uma represália ao fato do treinador ter “furado” algum esquema e denunciado os funcionários envolvidos. Algo como “mexeu com as pessoas erradas”. Seja qual for a explicação, é muito estranho que o JCB tenha saído da complacência absoluta para o rigor extremo em tão pouco tempo.
O resumo de tudo é que o turfe brasileiro caminha tristemente para o buraco, em um processo que parece irreversível.