quinta-feira, 29 de novembro de 2007

O Suspense Continua


A definição do rebaixamento, como previ na terça, ficou para a última rodada. A ruindade dos ameaçados se manifestou novamente, Corinthians e Goiás perderam e sofrerão por mais quatro dias, no mínimo. Com estas derrotas, ainda mantiveram a esperança do Paraná. Ou seja, acertei ao prever o desfecho na última rodada, mas errei ao acreditar que apenas paulistas e goianos polarizariam as atenções.
No Pacaembu, o Corinthians mostrou novamente o tamanho da sua limitação. Correu, lutou, a torcida empurrou o tempo todo, até gandula andou jogando bola dentro do campo para evitar contra-ataque do Vasco. Teve, é verdade, um pênalti não marcado a seu favor no primeiro tempo, mas as principais chances de gol foram mesmo do visitante carioca. Infelizmente para a Fiel, o time é muito fraco, a começar pela defesa tosca, insegura, que insiste na ligação direta. No meio, os únicos momentos lúcidos passam pelos pés do Carlos Alberto, que cansou na metade do segundo tempo e foi substituído pelo Vampeta! O ataque sentiu a falta do Finazzi!!!! Por aí, fica claro o tamanho do desafio que será ganhar do Grêmio no Olímpico para não depender dos outros.
A missão do Paraná também continua muito difícil, pois precisa torcer para que seus rivais nesta briga não vençam, além de vencer o Vasco em São Januário. Fazer a própria parte é o grande desafio do tricolor paranaense, que conquistou apenas 13 dos seus 41 pontos em jogos fora de casa. São apenas três vitórias longe de casa, duas delas conseguidas na segunda e terceira rodadas do turno, quando o Paraná chegou a ter 100% de aproveitamento e liderar o campeonato. De lá para cá, só mais uma vitória fora, sobre o Flamengo, em Uberlândia. Mesmo a chegada de Saulo de Freitas não conseguir mudar a tendência, são 12 derrotas e um solitário empate nos últimos treze jogos fora. Ou seja, o problema do Paraná é ele próprio.
A definição dos últimos dois rebaixados fica, então, nas mãos do Internacional. A chance do Goiás dependerá do quanto o colorado estiver interessado no jogo. Obviamente, não falo em derrota premeditada, para rebaixar o Corinthians. Isto não existe mais em um futebol extremamente profissional, em que os jogadores têm pouca ou nenhuma vinculação emocional com o clube. Falo da equipe gaúcha entrar muito ou pouco ligada no jogo, dividindo todas as bolas ou tirando o pé, com a cabeça em 2008. Contra um Inter na marcha lenta, os goianos terão chance de ganhar os pontos necessários para ultrapassar os paulistas. Contra um Inter ligado, será muito mais difícil o Goiás superar a sua limitação técnica e o nervosismo. Goiás x Inter, será, então o jogo chave da briga contra o rebaixamento.Meu palpite: o Goiás escapa. Ao Corinthians, restará secar os rivais, confiando na vantagem de um ponto conseguida até aqui

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Uma Prévia do Milan


Na quarta-feira de muitos jogos pela Champions League, escolhi ver o atual campeão Milan, para formar minhas opiniões para o Mundial de Clubes que vem por aí. Saindo para enfrentar o Benfica, lanterna da chave, o treinador Ancelotti iniciou a partida com o mesmo esquema que a equipe vem adotando, uma espécie de 4-3-2-1. Uma linha de quatro zagueiros, com Serginho avançando mais pela lateral esquerda, três volantes, dois deles mais fixos e o Pirlo com liberdade para armar a equipe, Kaká e Seedorf como meias de chegada, Gilardino fixo na frente.
Nos primeiros quinze minutos, Pirlo conseguia buscar jogo na intermediária do seu time sem marcação, o que proporcionou aos italianos começarem melhor e saírem na frente, em belo chute do próprio. A partir daí, o Benfica entendeu a dinâmica do jogo, adiantou a marcação e o Milan foi progressivamente sumindo. O empate veio em seguida, aos 20, gol do uruguaio Maxi Pereira. Forçando o jogo em cima do Serginho, o Benfica terminou o primeiro tempo sendo mais perigoso.
No intervalo, Maldini entrou no lugar do lateral brasileiro, passando a ficar mais fixo na marcação. Na terceira substituição, a entrada de Oddo no lugar do apagado Seedorf, o Milan adotou o velho retrancão italiano, com duas linhas de quatro bem recuadas, Kaká tentando ser a válvula de escape e o Gilardino cada vez mais isolado. Só teve duas grandes chances no finalzinho, depois que o treinador Camacho, do Benfica, tirou um zagueiro para colocar o americano Freddy Adu.
A primeira impressão é de um time muito dependente da articulação do Pirlo e do brilho individual dos meias, especialmente Kaká. Hoje, muito marcados, eles pouco produziram. Ainda terei, no entanto, a oportunidade de ver o Milan mais duas vezes antes de Tóquio, no clássico contra a Juventus (sábado) e no encerramento da primeira fase da Champions, na próxima terça, contra os escoceses do Celtic. Até lá, fico sem escolher o meu favorito para o Mundial.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Flamengo, Quem Diria...

Aconteceu o que parecia impossível: o Flamengo está na Libertadores, e com uma rodada de antecedência. Aproveitando o adiamento de alguns jogos por causa do Pan, o Fla reforçou o elenco e cresceu na reta final, saindo de um aproveitamento de 33% com Ney Franco para 65% na nova fase. Ressuscitou, com isso, a carreira do Joel Santana, que cada vez mais era visto como figura folclórica e de poucos resultados. O Santos também assegurou a sua vaga matematicamente, virando um jogo que perdia até os 26 do segundo tempo, e sepultando qualquer esperança do Paraná. Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio vão com chances para a última rodada. O alviverde depende de uma vitória simples contra o Atlético Mineiro em casa, que jogará para alimentar a esperança do arqui-rival. Se o Galo não perder, abre a possibilidade do Cruzeiro, vencendo o América de Natal, recuperar a vaga que pareceu garantida durante quase todo o campeonato. Para o Grêmio, só um milagre ajuda...
O Grêmio, aliás, abre o grupo da choradeira, integrado ainda por Inter e Botafogo. Todos estes terminarão o campeonato lamentando “aquele” jogo ou grupo de jogos. Os gremistas lembrarão da derrota em casa para o Figueirense, e da pífia campanha como visitante. Os colorados, a montagem do grupo durante o campeonato, e os empates cedidos a Náutico, Atlético-MG e Corinthians nos momentos finais das partidas. E os botafoguenses vão sofrer com as memórias de todo o processo iniciado pela desclassificação da Sul-Americana – saída e retorno do Cuca, três derrotas consecutivas, etc. Para os três, vai ficar a sensação de que a vaga na Libertadores foi “jogada fora” – até o Flamengo chegou lá!
Agora, é esperar o complemento da rodada amanhã, que deve confirmar a polarização da disputa para não cair entre Goiás e Corinthians – não acredito que a definição matemática ocorra por antecipação. Até lá, o momento crucial desta luta terá sido o pênalti perdido pelo Paulo Baier.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

As Eliminatórias Até Aqui

O Brasil acaba de vencer o Uruguai, jogando mal e agradecendo às peças fundamentais de qualquer time: o goleiro e o centroavante. Chile e Paraguai estão fechando a quarta rodada neste momento, e acredito já ser possível tirar algumas conclusões.
Na Seleção Brasileira, adeus Vagner Love (além, é claro, do Afonso). Bastou ter um centroavante definidor para o resultado melhorar. Continuo achando que todos estão esquentando o lugar do Pato para 2010, mas o Luis Fabiano mostrou personalidade e pontaria, confirmando a boa fase de artilheiro do campeonato espanhol. Não agüentava mais atacante que não faz gol, principalmente quando o time só joga com um.
Aliás, aí está o problema da Seleção, um meio de campo vazio, com dois volantes e os três “tenores”, como anda falando a imprensa, que são craques, mas jogam da intermediária inimiga para frente, criando um buraco, abrindo espaços generosos para as equipes adversárias. Falta um articulador, o Brasil perde os rebotes ofensivos e defensivos, só pode funcionar bem contra o Equador no Maracanã. Hoje, sem querer sem comentarista de resultado, o time melhorou com Josué no lugar do Ronaldinho. Quem deve sair? Como deve ficar o time? Onde está o tal articulador? Ainda não formei minha opinião, mas o esquema atual, com um atacante fixo e Kaká, Ronaldinho e Robinho trocando posições, ainda não ganhou de ninguém, e nem vai. De jogo de hoje, ganham pontos o já citado Luis Fabiano, Julio César, e, porque não, Dunga, que foi corajoso em abrir mão das estrelas na hora certa.
As Eliminatórias Sul-Americanas seguem, até aqui, sem surpresas. Como sempre, temos três equipes que nada pretendem – desta vez, o Império Inca de Peru, Equador e Bolívia, Brasil e Argentina como os dois grandes favoritos desta fórmula de pontos corridos, e cinco equipes buscando duas vagas diretas e uma provável na repescagem.
Ainda não vi Chile e Paraguai, que jogam neste momento, mas dos cinco restantes, a Venezuela me parece candidata para, ao longo da disputa, juntar-se ao grupo de baixo. Ontem, só virou o jogo quando o goleiro da Bolívia “mancou”. Até então, esteve sempre atrás no marcador, mostrando muita fragilidade defensiva, principalmente quando atacada pelas laterais.
O Uruguai mostrou que pode figurar, apesar da sétima colocação neste momento. O jogo de hoje, apesar da derrota, é uma boa referência. Já a Colômbia ainda me parece uma incógnita. Por um lado, jogou três em casa e apenas uma fora, quando empatou em zero com uma Bolívia que só leva goleada. Por outro, já enfrentou Brasil e Argentina, somando quatro pontos. O desempenho da Colômbia na seqüência da disputa deve ser o fiel da balança. Se confirmar os resultados obtidos até aqui, deve estar entre os quatro. Senão, abre caminho para Uruguai e Chile reagirem, pois o Paraguai, pela informação que acabo de receber já está fazendo 2x0 no Chile em Santiago e assumindo a liderança.
Sendo assim, aponto meu palpite, minha quadrifeta, para quem gosta de apostas:
1º Brasil / Argentina
2º Brasil / Argentina
3º Paraguai
4º Uruguai / Colômbia
O Chile fica como azarão para tentar a repescagem.