sexta-feira, 22 de maio de 2009

O Preakness

Sábado passado, não consegui assistir o Preakness Stakes, segunda prova tríplice coroa americana – estava em São Paulo, envolvido com as corridas ao vivo. Venceu Rachel Alexandra, a melhor potranca da América, batendo os machos, inclusive Mine That Bird, o ganhador do Kentucky Derby. Calvin Borel, piloto do derby winner, preferiu montar Rachel Alexandra e confirmou o acerto da escolha. Mais uma vez, os americanos não terão tríplice coroado, pois Mine That Bird foi o segundo em excelente esforço final.
O vídeo está aí, tirem suas próprias conclusões. Eu não concordo que Mine That Bird poderia ter vencido, como opinaram alguns, se atropelasse pela cerca, a exemplo do que fez em Kentucky. No último sábado em Pimlico, ninguém ganharia da potranca. A terceira prova em Belmont Park deve ter outra história, e Mine That Bird é desde já meu favorito.

terça-feira, 19 de maio de 2009

GP São Paulo - Parte II

Nas primeiras horas de domingo, o GP São Paulo já começou a ser notícia no programa Altas Horas, um esforço da Globo em abrir espaço para a prova que patrocinava. Entrevistados por Serginho Groisman, os jóqueis Nelito Cunha e Josiane Goulart. A pérola, no entanto, ficou por conta do ator Ney Latorraca que, ao ser perguntado se já havia ido ao Jóquei, respondeu que “não era viciado, mas seu avô era”...
Voltando às carreiras, o domingo de três provas de grupo 1 e outros três páreos importantes começou com o Clássico Adil, em 3218 metros. Com apenas cinco competidores, uma vitória fácil do mais categorizado, o tordilho Ocho El Negro, que vinha de um retumbante último lugar a 34 corpos de I Remember. No domingão do São Paulo, no entanto, Ocho El Negro foi corrido com muita calma por Altair Domingos, saindo do último lugar para a tomar de golpe a ponta nos 1400 finais e não mais ser alcançado, deixando o próprio I Remember longe em terceiro.
No GP Juliano Martins, o grupo 1 dos potros de 2 anos, uma vitória esmagadora (e surpreendente) de Too Friendly, do Santa Maria de Araras. Quando todos esperavam o líder da geração Indômito brigando na frente, o ganhador, que corria pela primeira vez na grama, foi quem largou e acabou. Seus escoltantes, Luther e Vasuveda, demonstraram evolução. O segundo mais apostado Tommasi foi o quarto, com o favorito Indômito, corrido mais acomodado, finalizando apenas em quinto.
Na milha do GP Presidente da República, prevaleceu o favorito Kappo Di Tutti, em nova direção tranqüila de Altair Domingos. Foi a quarta consecutiva deste milheiro que ganha cada vez mais firme. Na segunda posição, a égua Mary Rê, em quem eu não acreditava. A seguir, o renascido Snack Bar e o chegador Resende. O tempo foi 6 décimos inferior ao de Too Friendly, o que só serviu para enaltecer ainda mais a vitória do potro.
Chegou, então, o grande momento: o GP São Paulo, talvez com o melhor campo da década. Afinal, seis ganhadores de grupo 1 estavam alinhando em busca da vitória. Um deles, o ganhador do último GP Brasil, Top Hat, comandou as ações, como de hábito, mas acabou esmorecendo na entrada da reta. A briga ficou entre os dois favoritos. Flymetothemoon, que havia derrubado J. Ricardo no Latinoamericano, se apresentou antes, dominando a prova, e resistindo ao ataque final de Hot Six, o ganhador do referido Latino, para vencer por um corpo. O duelo entre os dois, que poderia ser explorado pela mídia na improvável hipótese de ambos correrem o GP Brasil, está agora empatado em 3x3. No último domingo, Flymetothemoon venceu no percurso de Waldomiro Blandi, que trouxe o seu conduzido mais perto dos ponteiros (sétimo / oitavo) e entrou na reta por dentro, achando a passagem pela baliza quatro para dominar o páreo. Hot Six foi corrido por Altair Domingos um pouco longe demais, sempre entre os cinco últimos, e entrou na reta um pouco aberto. Seu bom esforço final não foi suficiente para lhe dar a vitória.
Foi um belo GP São Paulo, com casa cheia (muito curioso e pouco apostador, é verdade) e bom nível no páreo principal. Cidade Jardim pode não estar nos seus dias mais gloriosos, mas pelo menos é um hipódromo bem cuidado, e acaba de realizar duas grandes festas turfísticas no mesmo semestre. Espero que a Gávea deixe de ser a “terra de ninguém” e volte também a ter dias melhores.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

GP São Paulo - Parte I


Há muito a ser contado sobre o GP São Paulo 2009, por isso vou dividir em duas partes. A festa começou na sexta, com seis páreos de qualidade inferior (quatro claimings) e o outrora milionário leilão Top Classic. Com a tão falada crise mundial, o leilão que era sinônimo de preços nas nuvens não mostrou o mesmo fôlego de anos anteriores, proporcionando alguma cenas insólitas. Um exemplo: entrou na pista um lote de potrancas do Haras Mondesir, filhas, respectivamente, de Gilded Time (ganhador das Breeders Cup Juvenille e Sprint) e Roi Normand (pai de inúmeros ganhadores de Grupo 1, Riboletta e Redattore entre eles). Mesmo possuindo linhas baixas igualmente frondosas, as duas mereceram meros R$ 1.300 de parcela. O comprador optou pela filha de Roi Normand, sendo prontamente convidado pelo leiloeiro a ficar também com a outra “pelo mesmo preço”. Ante a negativa do investidor, a filha de Gilded Time, mesmo tendo Fausse Monnaie, uma das maiores reprodutoras da história do turfe brasileiro, como sua terceira mãe (bisavó, para os leigos), retornou à pista, merecendo apenas mil reais de parcela. Não pagou nem as coberturas...
No sábado, começou a disputa na raia. Logo no segundo páreo, uma das minhas dicas se confirmou. Quari For Two, apesar de não ser estreante, reaparecia vindo do Paraná com o baixíssimo rateio de 1,30 na abertura das apostas (acabou fechando em 1,60), credenciado por colocação em prova de grupo aos dois anos, enfrentando agora o páreo de 3 anos sem vitória. Era, no entanto, uma tragédia anunciada – havia sofrido hemorragia violenta nas duas últimas atuações, e correria sem lasix. Estava fácil de identificar a “bomba” da semana... Dito e feito, o favorito paranaense brigou na frente e acabou descolocado – aproveitei para tirar todo o meu prejuízo da sexta.
No GP Osaf, primeira prova de grupo do festival, as principais éguas do Brasil se enfrentaram em um páreo que historicamente proporciona surpresas. Desta vez, prevaleceu a lógica, vencendo Spring Love (foto acima), representante carioca em evolução, que havia vencido prova preparatória do Osaf na Gávea. Fúria Olímpica e Ursula´s Home, que haviam formado (na ordem invertida) a dupla da preparatória paulista, chegaram a seguir.
Encerrando as disputas de grupo 1 do dia, o GP ABCPCC reuniu os principais velocistas do país, com exceção da craque Requebra, amargando um afastamento das pistas para recuperação. As atenções recaíam, então, sobre Taludo, ganhador da mesma prova em 2008, mas que havia corrido pouco no seu reaparecimento, em abril. Na hora da verdade, o favorito pouco produziu. As éguas Última Palavra, pela raia 1, e Sicília, pela cerca externa, comandaram as ações. Nos últimos 100 metros, Jaguarão, outro dos mais cotados, atropelou forte por fora, mas não em tempo de vencer. Última Palavra resistiu, mostrando que o sol que brilhou durante toda a tarde havia secado a parte interna da pista – não por acaso, o outro páreo de 1000 metros do dia também foi vencido pelo animal da baliza 1. Jaguarão mais uma vez “bateu na trave” em provas importantes, e Sicília também repetiu suas atuações, novamente ponteando e esmorecendo quando a parceria fica mais reforçada (acabou em quinto).
Amanhã, comento os páreos de domingo.

domingo, 10 de maio de 2009

Semana de Turfe

Estarei em São Paulo na próxima semana - assuntos profissionais e, é claro, o GP São Paulo. O citado Grande Prêmio promete ser o de melhor nível técnico em muitos anos, com vários animais de categoria que ainda não sairam do Brasil, seja por decisão dos seus proprietários ou da crise do Mormo, doença que fechou as fronteiras brasileiras para exportação.
Para quem vai ou pretende assistir pela televisão, alguns padrões repetidos que identifiquei nos últimos anos. Algumas dicas:
- Se a grama ficar pesada, quem conseguir ficar na cerca externa da reta de chegada leva grande vantagem (é uma dica óbvia, todo mundo sabe, mas nunca é demais repetir). Ou seja, em páreos de 1000 metros, se a grama não estiver leve, é prudente sempre preferir, por exemplo, o número 14 do que o número 2, se o apostador estiver em dúvida.
- Todo ano, existe um cavalo do Paraná que vai estrear no páreo de perdedores devolvendo o dinheiro e vai fracassar. Porque? Não sei, mas é fato. E os malandros de lá vão "aceitar o resto" da suposta barbada e tomar o dinheiro da maioria.
- Esqueça quadrifetas acumuladas, pick 8, etc. É impossível acertar.
- Ao sentar em qualquer ambiente do Jockey, pergunte os preços. Aquele buffet em que todo mundo está comendo pode custar R$ 150...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Notícia Bombástica?

No feriado de 1º de maio, saiu no blog do Milton Neves um post pesado, de grande interesse para o torcida do Inter. Achei que iria repercutir, mas uma semana depois, nada, nenhum comentário na imprensa do pampas. Vou tomar a liberdade de reproduzir apenas as partes principais, pois é um texto longo, sobre o empresário Delcir Sonda, o grande parceiro das contratações coloradas nos últimos tempos:
"...Esse vizinho, que levei pra morar em meu condomínio, é um velho amigo, mas amigo mesmo, em amizade que vem desde 1994.
E estou agora feliz porque ele está desativando - Aleluia!!! - seu castelo de areia futebolístico construído sem nenhuma explicação razoável.Foi uma sangria desatada: todos os seus executivos próximos contra a idéia e ele a favor, embirrado como uma criança ao exigir um brinquedo novo.
Rico, riquíssimo, milionário - dá de 82 a 1 em Juan Figger e de 44 a 3 em J. Háwilla -, o antigo feijãozeiro e caminhoneiro de Herval Grande-RS resolveu de repente ser “empresário de futebol”.
“Foi uma pena”, diziam e dizem diretores de seu Grupo e amigos como eu, Izael Pinto, de Camp, família Separovic Rodrigues do Shopping Frei Caneca, e outros, muitos outros.“Empresário de futebol”, essa praga que aflorou no Brasil depois da Lei Pelé feita por assessores oportunistas e ruins em tudo.
Gaúcho, colorado doente e santista fanático de infância, resolveu entrar para o futebol “porque os clubes estão quebrados, os cartolas são superados,'para passar o tempo', dinheiro não é problema pra mim e não custa nada ajudar a meus dois times necessitados”. Trata-se de um sujeito que jamais se esqueceu dos necessitados da vida: seus supermercados doam semanalmente toneladas de frutas, legumes, bolos, arroz, feijão, macarrao, refrigerantes,pães, doces e leite para 50 entidades filantrópicas do Estado de São Paulo.
Dessa foi a única atividade no Grupo Sonda da qual ele não se desligou enquanto foi ser aventureiro de empresário de futebol para “passar o tempo”.Solteiro, sem filhos, festeiro, amigo, então brincalhão, dono de um império envolvendo dezenas de supermercados, áreas milionárias em Rio das Ostras-RJ, Magé-RJ, Praia Grande-SP (Vai virar aeroporto! Sortudo!), Shopping Center ( tem 40% do maior deles na Zona Norte) e detentor do título de maior vendedor de bebidas por metro quadrado do país, mudou de hábitos e amigos quando o vírus “jogador de futebol” entrou em seu sangue, há mais ou menos três anos. “Desapareceu”.Renata Fan e eu falávamos com ele quatro ou cinco vezes ao dia.Hoje e há anos, são duas ou três vezes...ao semestre! Deixou o Grupo alimentício nas mãos de profissionais.
E foi ser “executivo de futebol” na rua Joaquim Floriano, no Itaim Bibi. A mesma da MSI. Quem conheceu dá nota 10 para as instalações das duas.
A MSI e a DIS. Kia abandonou tudo, de repente. Luz, telefone, condomínio, funcionários e o assessor de imprensa Fernando Mello ficaram a ver navios com a âncora corintiana lá no fundo do brejo. Menos o jornalista, o resto deve ter sido quitado, creio. Lá na DIS, restaram dois Andrés. Demitidos uns 10. Inclusive Stéfano “Teté” Giordano, um palmeirense boleiro. As salas alugadas, devem ser devolvidas logo. O advogado da empresa, Dr. Ernando, envolvido no stress momentâneo, morreu de infarto na quarta-feira e foi sepultado na quinta. A ordem agora é repassar os percentuais de D´Alessandro, Nilmar, Renteria, Rafael Sóbis, Thiago Neves, participações em Dentinho e André Santos, “mico” Bolaños e Neymar. Esse já tem até parceiro que “sub-locou” os 40% adquiridos junto ao pai do garoto promissor.
E as outras 70 ou 80 “revelações”? A metade dos garotos “descambou“, parou, sumiu. Os outros, Deus está vendo o que faz e um ou outro ainda pode explodir. Mas as despesas concernentes não cessam. E o irmão de meu amigo e parceiro comercial de décadas, Sr. Idi, hoje em check-up no Sírio Libanês, não quer ver jogador de futebol nem pintado de ouro e nem se for um Pelé ressuscitado com 18 anos.
Enfim, são detalhes exclusivos, particulares e carinhosos de minha parte em relação ao ocaso de uma aventura que não deveria nem ter começado, por desnecessário. Quem ficou trilionário vendendo comida e saúde, e partindo do menos zero, não precisa e não precisava se envolver nesse mundo escuro e de dinheiro até maldito manipulado por mãos não sagradas e impuras. Mas essa coisa de comprar e vender jogador é lotérica, difícil, e os supostos valores envolvidos nas transferências de atletas têm mãos demais no meio dos caminhos, encruzilhadas e labirintos. E mãos dotadas de 50 dedos cada, de homens cujos olhos são do tamanho de um King Kong. Ah, mas houve “os lucros milionários” nas vendas de Breno, Rafael Sóbis e de outras transferências que “enriqueceram” o “novo mecenas”. Cascata, no frigir dos ovos, das despesas e impostos com tudo somado aos ”efeitos colaterais”, o conjunto geral da obra acabou por contabilizar um belíssimo prejuízo profissional, financeiro e pessoal.
Delcir Sonda, meu amigo, amigo de minha esposa e de meus filhos, meu vizinho sem família - sua paixão são seus dez cachorrinhos malteses -, não irá gostar desse relato-crônica que escrevo feliz e triste. Triste porque estava na cara que tudo isso e aquilo não ia dar em boa coisa, por falta de experiência, know-how ou background. Foi um modismo. E o que teve de aproveitador que deitou e rolou em cima do entusiasmo juvenil e do deslumbramento do “novo líder” dos empresários do futebol brasileiro, hein? E feliz, porque, agora, o velho Delcir de ontem será o amigo de sempre de tanta gente e só torcedor colorado e santista, notável vendedor de comida e um sujeito obediente e não resistente aos médicos.
...
Então, Delcir, chega de jogador, ouça o Dr. Flávio, o Idi, o Leleco, o Izael e viva mais 50 anos. Mas só torcendo pelo Inter e pelo Santos e vendendo comida e saúde em seu conglomerado. Afinal, foi esse o trajeto que Deus lhe destinou. Pra que se desviar do bom caminho e rumar em direção a um abismo até físico?"
Cortei a introdução e a parte que está com três pontinhos, pois eram desnecessárias para o entendimento da história - quem quiser ler na íntegra, o site é blog.miltonneves.ig.com.br.
A dúvida é: qual o impacto desta notícia para o Internacional? Hoje, a notícia foi de que o clube estaria negociando com o "mico Bolanõs" citado por Milton Neves. A desistência do Sonda representaria a venda de jogadores importantes? Ou assumir possíveis "bombas", para que o ex-parceiro livre o seu dinheiro?
É esperar para ver.

domingo, 3 de maio de 2009

Kentucky Derby - Depois

Errei quase tudo que previ para o Kentucky Derby. Paciência, dar palpites é assim mesmo, se eu acertasse sempre já seria milionário. Além do mais, quem poderia prever o tamanho da bomba que explodiu em Churchill Downs?
Venceu Mine That Bird, um filho de Birdstone, aquele que estragou a tríplice coroa de Smarty Jones no Belmont Stakes de 2004. Bastou o ilustre desconhecido cruzar o disco para que a TV americana começasse a procurar por histórias curiosas para enriquecer a transmissão. Nisso, os americanos dão aula para o mundo, em menos de cinco minutos aquele que era “ninguém” já tinha virado um novo ídolo. Mine That Bird, o Canadian Juvenille Champion, comprado por U$ 9,5 mil (isso mesmo, mil e não milhões) em um leilão, vendido por U$ 400 mil após sua campanha canadense aos dois anos, e que havia se preparado para Kentucky correndo o inexpressivo Sunland Derby, no Novo México, e finalizado em quarto!
Além do cavalo, a TV não se cansou de enaltecer a excelente condução de Calvin Borel, ou Bo-Rail, como é conhecido pela sua predileção por trazer seus animais sempre junto à cerca interna. Foi por ali que ele passou com o ganhador, como mostra o vídeo abaixo, em um percurso irrepreensível. Imediatamente veio a comparação com a direção dada pelo mesmo Borel em 2007 para Street Sense, também ganhando o Derby após correr sempre junto aos paus, ao contrário da maioria dos jóqueis americanos, que costumam fazer correr na curva por fora, perdendo terreno precioso.
Mas, e os outros? Pioneer Of The Nile mostrou boa adaptação ao dirt e fez segundo. Na curva, vinha terceiro com o jóquei “de banquinho”, dando nítida impressão que seria o vencedor. Na hora da verdade, no entanto, não tinha ação de ganhador, e por muito pouco não perde o segundo para Musket Man. Em quarto, Papa Clem, o único daqueles que eu anunciei não gostar que acabou figurando. Aliás, só acertei mesmo minha previsão sobre a parelha da Godolphin. Regal Ransom mostrou a farda figurando em segundo até a entrada da reta, quando esmoreceu totalmente. Seu companheiro Desert Party igualmente fracassou.
Fracasso também dos meus (e do público apostador) dois favoritos. Friesan Fire, o mais jogado por haver vencido o Louisiana Derby em um lamaçal semelhante ao de ontem, nunca esteve no páreo. O tordilho Dunkirk sofreu bastante durante o percurso, e acabou não se apresentando na hora da verdade.
Ganhou, no fim das contas, o cavalo que estava tinindo no dia certo. A grande dúvida agora é que o Mine That Bird irá fazer no Preakness e no Belmont. Por enquanto, ninguém o vê como um possível tríplice coroado. Ele terá que mostrar que venceu por méritos seus, e não pelo fraco desempenho dos outros. Procurei buscar uma “luz” comparando o tempo de ontem com o dos ganhadores anteriores. Mine That Bird assinalou o segundo pior tempo da década, 122´66, o que poderia ser um indicativo de fraqueza. Comparando o ganhador de ontem apenas com os que venceram nas mesmas condições de pista (“sloppy”, na classificação americana), no entanto, Mine That Bird marcou melhor do que Smarty Jones em 2004 (124´06) e Go For Gin em 1994 (123´60). São apenas três ocorrências desta condição nos últimos 35 anos, mas não deixa de ser uma informação a ser considerada. Resposta, mesmo, só no Preakness, dentro de duas semanas.

sábado, 2 de maio de 2009

Kentucky Derby - Antes

Quando me preparava para escrever este post, resolvi dar uma última conferida nas notícias de Kentucky, e acabei surpreendido pelo forfait de última hora de I Want Revenge, meu favorito. Mais uma importante deserção, depois das saídas de The Pamplemouse e, principalmente, Quality Road. O páreo, assim, parece ficar resumido a um trio: Pioneer Of The Nile, Friesan Fire e Dunkirk.
Pioneer Of The Nile vem ganhando com firmeza na Califórnia e deve ser o favorito nas apostas. Sua última vitória no Santa Anita Derby foi firme, mas não impressionante. Além disso, vinha desenvolvendo sua campanha em pistas sintéticas, podendo estranhar a areia de Churchill Downs. Merece respeito, sem dúvida, mas não o vejo como ganhador das rosas.
Friesan Fire venceu muito fácil o Louisiana Derby, corrido em pista pesada. Se repetir aquela corrida, brigará pela vitória. Para quem gosta de estatísticas, no entanto, é importante considerar que nos últimos 45 anos, apenas um ganhador da carreira de hoje veio diretamente do trial da Lousiana, Grindstone, em 1996.
Para alguns, o destino parece estar desenhando a consagração de Dunkirk, o animal que mais caro custou a seus proprietários entre os confirmados para hoje, U$ 3,7 milhões. Na condição de favorito, secundou Quality Road no Florida Derby, perdendo por dois corpos para recorde. Pelo critério de classificação, total de prêmios ganhos em provas de grupo, estava fora do campo da prova, aguardando desistências. Elas apareceram, e o tordilho terá a oportunidade de vencer sua primeira prova de grupo justamente no Kentucky Derby.
Entre os possíveis candidatos, aparecem também General Quarters, ganhador do Blue Grass Stakes, Papa Clem, que venceu o Arkansas Derby, e a parelha da Godolphin, Regal Ransom e Desert Party, que fez a dobradinha da casa no Derby de Dubai. Não creio em nenhum destes, principalmente nos cavalos do sheik, que ainda não conseguiu mostrar ao mundo que é possível vencer um Kentucky Derby trazendo animais de outro continente.
Mesmo com as grandes perdas em seu campo, será um grande Derby.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Paradoxo


O futebol é curioso. Na terça, falei que meu palpite para a Champions League era “o Chelsea fará a final”. Paradoxalmente, assisti Barcelona 0x0 Chelsea e minhas convicções ficaram um pouco abaladas. Pois é, o Chelsea conseguiu importante empate fora de casa, irá decidir a vaga em Stamford Bridge, mas passei a não confiar tanto na equipe de Guus Hiddink.
O problema é que para anular a decantada força ofensiva do Barça, a equipe inglesa fez uma retranca pouca vezes vista na Champions em jogos de clubes candidatos ao título. Para quem lembra da final do Mundial de 2006, o Chelsea enfrentou o Barcelona com uma postura muito mais defensiva do que o Inter em Yokohama. Nove jogadores com a exclusiva função de marcar (entre eles Lampard e Ballack), Malouda aberto pelo flanco para acompanhar Daniel Alves, e apenas Drogba isoladíssimo na frente. O marfinense teve a sua “bola do Gabiru” aos 38 do primeiro tempo, quando aproveitou uma recuada curta de Rafa Marques para entrar na cara de Victor Valdez e chutar em cima do goleiro. No rebote, ainda tentou dar um leve toque por cima para tirar o goleiro da jogada e entrar com bola e tudo, mas Valdez conseguiu interceptar. Foi a única chance clara do Chelsea.
O Barcelona realmente parou na forte marcação dos ingleses, tendo apenas três chances claras, todas no segundo tempo – aos 24, em grande jogada individual de Eto´o, aos 45, quando Bojan cabeceou incrivelmente para fora um cruzamento que o encontrou livre na pequena área, e aos 47, quando Hleb teve oportunidade semelhante à de Drogba, mas igualmente desperdiçou, cara a cara com Peter Chech. No restante da partida, muita posse de bola com pouca penetração, obrigando os espanhóis a tentarem chutes de fora da área. O que abalou minha convicção foi justamente isto: o Chelsea mostrou que consegue, sim, parar o fantástico ataque do Barcelona. Para isso, no entanto, tem que abdicar totalmente de jogar. Deu pena, por exemplo, de ver Lampard jogar na própria intermediária correndo atrás de Iniesta e Xavi – correu tanto que acabou sendo substituído pelo Belletti, em uma clara demonstração das intenções de Hiddink.
Em Londres, o Chelsea não poderá e não conseguirá jogar assim, até porque o 0x0 não classifica. A impressão que ficou é que se tentar jogar de igual para igual com o Barcelona, perde. Será um jogo de volta muito interessante. Curiosidade: o Barça é favorito à classificação no Sporting Bet (1,60 x 2,20 do Chelsea) e no William Hill (1,73 x 2,00).
Não assisti a outra semifinal, Manchester x Arsenal. Os atuais campeões ganharam por 1x0, e todo mundo disse que saiu barato para os londrinos – Almunia foi eleito o melhor em campo. De qualquer forma, vencer sem levar gol em casa é uma bela vantagem. Agora já saio de cima do muro: acho que o Manchester fará novamente a final. Aliás, eu e meio mundo – o Sporting Bet está cotando a classificação do Manchester em 1,25, e o William Hill em 1,28.