No feriado de 1º de maio, saiu no blog do Milton Neves um post pesado, de grande interesse para o torcida do Inter. Achei que iria repercutir, mas uma semana depois, nada, nenhum comentário na imprensa do pampas. Vou tomar a liberdade de reproduzir apenas as partes principais, pois é um texto longo, sobre o empresário Delcir Sonda, o grande parceiro das contratações coloradas nos últimos tempos:
"...Esse vizinho, que levei pra morar em meu condomínio, é um velho amigo, mas amigo mesmo, em amizade que vem desde 1994.
E estou agora feliz porque ele está desativando - Aleluia!!! - seu castelo de areia futebolístico construído sem nenhuma explicação razoável.Foi uma sangria desatada: todos os seus executivos próximos contra a idéia e ele a favor, embirrado como uma criança ao exigir um brinquedo novo.
Rico, riquíssimo, milionário - dá de 82 a 1 em Juan Figger e de 44 a 3 em J. Háwilla -, o antigo feijãozeiro e caminhoneiro de Herval Grande-RS resolveu de repente ser “empresário de futebol”.
“Foi uma pena”, diziam e dizem diretores de seu Grupo e amigos como eu, Izael Pinto, de Camp, família Separovic Rodrigues do Shopping Frei Caneca, e outros, muitos outros.“Empresário de futebol”, essa praga que aflorou no Brasil depois da Lei Pelé feita por assessores oportunistas e ruins em tudo.
Gaúcho, colorado doente e santista fanático de infância, resolveu entrar para o futebol “porque os clubes estão quebrados, os cartolas são superados,'para passar o tempo', dinheiro não é problema pra mim e não custa nada ajudar a meus dois times necessitados”. Trata-se de um sujeito que jamais se esqueceu dos necessitados da vida: seus supermercados doam semanalmente toneladas de frutas, legumes, bolos, arroz, feijão, macarrao, refrigerantes,pães, doces e leite para 50 entidades filantrópicas do Estado de São Paulo.
Dessa foi a única atividade no Grupo Sonda da qual ele não se desligou enquanto foi ser aventureiro de empresário de futebol para “passar o tempo”.Solteiro, sem filhos, festeiro, amigo, então brincalhão, dono de um império envolvendo dezenas de supermercados, áreas milionárias em Rio das Ostras-RJ, Magé-RJ, Praia Grande-SP (Vai virar aeroporto! Sortudo!), Shopping Center ( tem 40% do maior deles na Zona Norte) e detentor do título de maior vendedor de bebidas por metro quadrado do país, mudou de hábitos e amigos quando o vírus “jogador de futebol” entrou em seu sangue, há mais ou menos três anos. “Desapareceu”.Renata Fan e eu falávamos com ele quatro ou cinco vezes ao dia.Hoje e há anos, são duas ou três vezes...ao semestre! Deixou o Grupo alimentício nas mãos de profissionais.
E foi ser “executivo de futebol” na rua Joaquim Floriano, no Itaim Bibi. A mesma da MSI. Quem conheceu dá nota 10 para as instalações das duas.
A MSI e a DIS. Kia abandonou tudo, de repente. Luz, telefone, condomínio, funcionários e o assessor de imprensa Fernando Mello ficaram a ver navios com a âncora corintiana lá no fundo do brejo. Menos o jornalista, o resto deve ter sido quitado, creio. Lá na DIS, restaram dois Andrés. Demitidos uns 10. Inclusive Stéfano “Teté” Giordano, um palmeirense boleiro. As salas alugadas, devem ser devolvidas logo. O advogado da empresa, Dr. Ernando, envolvido no stress momentâneo, morreu de infarto na quarta-feira e foi sepultado na quinta. A ordem agora é repassar os percentuais de D´Alessandro, Nilmar, Renteria, Rafael Sóbis, Thiago Neves, participações em Dentinho e André Santos, “mico” Bolaños e Neymar. Esse já tem até parceiro que “sub-locou” os 40% adquiridos junto ao pai do garoto promissor.
E as outras 70 ou 80 “revelações”? A metade dos garotos “descambou“, parou, sumiu. Os outros, Deus está vendo o que faz e um ou outro ainda pode explodir. Mas as despesas concernentes não cessam. E o irmão de meu amigo e parceiro comercial de décadas, Sr. Idi, hoje em check-up no Sírio Libanês, não quer ver jogador de futebol nem pintado de ouro e nem se for um Pelé ressuscitado com 18 anos.
Enfim, são detalhes exclusivos, particulares e carinhosos de minha parte em relação ao ocaso de uma aventura que não deveria nem ter começado, por desnecessário. Quem ficou trilionário vendendo comida e saúde, e partindo do menos zero, não precisa e não precisava se envolver nesse mundo escuro e de dinheiro até maldito manipulado por mãos não sagradas e impuras. Mas essa coisa de comprar e vender jogador é lotérica, difícil, e os supostos valores envolvidos nas transferências de atletas têm mãos demais no meio dos caminhos, encruzilhadas e labirintos. E mãos dotadas de 50 dedos cada, de homens cujos olhos são do tamanho de um King Kong. Ah, mas houve “os lucros milionários” nas vendas de Breno, Rafael Sóbis e de outras transferências que “enriqueceram” o “novo mecenas”. Cascata, no frigir dos ovos, das despesas e impostos com tudo somado aos ”efeitos colaterais”, o conjunto geral da obra acabou por contabilizar um belíssimo prejuízo profissional, financeiro e pessoal.
Delcir Sonda, meu amigo, amigo de minha esposa e de meus filhos, meu vizinho sem família - sua paixão são seus dez cachorrinhos malteses -, não irá gostar desse relato-crônica que escrevo feliz e triste. Triste porque estava na cara que tudo isso e aquilo não ia dar em boa coisa, por falta de experiência, know-how ou background. Foi um modismo. E o que teve de aproveitador que deitou e rolou em cima do entusiasmo juvenil e do deslumbramento do “novo líder” dos empresários do futebol brasileiro, hein? E feliz, porque, agora, o velho Delcir de ontem será o amigo de sempre de tanta gente e só torcedor colorado e santista, notável vendedor de comida e um sujeito obediente e não resistente aos médicos.
...
Então, Delcir, chega de jogador, ouça o Dr. Flávio, o Idi, o Leleco, o Izael e viva mais 50 anos. Mas só torcendo pelo Inter e pelo Santos e vendendo comida e saúde em seu conglomerado. Afinal, foi esse o trajeto que Deus lhe destinou. Pra que se desviar do bom caminho e rumar em direção a um abismo até físico?"
Cortei a introdução e a parte que está com três pontinhos, pois eram desnecessárias para o entendimento da história - quem quiser ler na íntegra, o site é blog.miltonneves.ig.com.br.
A dúvida é: qual o impacto desta notícia para o Internacional? Hoje, a notícia foi de que o clube estaria negociando com o "mico Bolanõs" citado por Milton Neves. A desistência do Sonda representaria a venda de jogadores importantes? Ou assumir possíveis "bombas", para que o ex-parceiro livre o seu dinheiro?
É esperar para ver.
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