quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Terceira Chance


No sábado, o Barcelona terá sua terceira chance de chegar ao título mundial, e, pela primeira vez, não vai pegar um brasileiro na decisão. Na terça, o Estudiantes venceu o Pohang Steelers, da Coréia do Sul, em jogo que não assisti, e de forma tranqüila, segundo os comentários. Desde que a Fifa implantou o novo formato, foi a classificação mais fácil de um sulamericano, apesar do placar magro de 2x1, já que logo após marcar o segundo gol, no início do segundo tempo, os argentinos ficaram com um jogador a mais, e acabariam a partida com três a mais. Nos melhores momentos, o meu destaque fica para o gol do Pohang, validado de forma incrível pelo bandeirinha, apesar de pelo menos três jogadores estarem visivelmente adiantados (http://www.youtube.com/watch?v=xFeqINtr-xs).
Ontem, assisti a vitória tranqüila do Barcelona sobre o Atlante, apesar dos mexicanos terem saído na frente. No final, o jogo lembrou muito a semifinal do Barça com o América, em 2006: toques de calcanhar, dribles, clima de show. Os mexicanos não aprenderam, ainda, que existe muita diferença entre um time jogar fechado e jogar recuado. O Atlante esperava o Barcelona aquém da linha divisória, mas dava muitos espaços. O lance do segundo gol é emblemático, reparem o tempo que o Ibrahimovic tem para dominar, girar e achar Messi entrando livre na área (http://www.youtube.com/watch?v=HQQhrWxB6b4).
No sábado, obviamente, a final será um jogo diferente, o Barça não terá moleza contra o bem organizado time do Estudiantes. Eu geralmente torço pelos sulamericanos, ainda mais depois de ver a soberba dos europeus escancarada em imagens como a do técnico Guardiola, que quase não comemorou os gols do seu time. No sábado, dependendo do andamento da partida, vou abrir uma exceção e ser solidário com o Barcelona, não por causa do futebol bonito, nem por pena do clube que está para sempre na história do Inter. Meu motivo é uma lembrança de 2006, quando encontramos, na véspera da final, dois espanhóis no Monte Fuji. Um deles, o que está bem no meio da foto acima, me disse estar preocupado com o que poderia acontecer no dia seguinte, pois apesar da imprensa espanhola levar de barbada aquela decisão, ele sabia que jamais seria fácil ser campeão sobre um time brasileiro. Por uma casualidade do destino, quando embarquei de volta para o Brasil, dois dias depois do jogo, nosso “amigo” catalão, quando nos reconheceu entrando no avião, levantou da poltrona que já ocupava e nos aplaudiu, reconhecendo o mérito da vitória do Inter. Um gesto nobre, de muito espírito esportivo, que eu provavelmente não seria capaz de ter se houvesse perdido.
No sábado, então, vou torcer que o vencedor não seja beneficiado por uma arbitragem incompetente, algo que anda cada vez mais comum, infelizmente. Que vença o melhor, o que não significa, necessariamente, o mais virtuoso. Enfim, que ganhe aquele que mais merecer, e que a sua torcida aproveite os momentos que eu um dia aproveitei – menos, é claro, o Monte Fuji, que vai estar longe de Abu Dhabi.

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