quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A Libertadores 2008


Assim como na Copa do Brasil, vou tentar dar palpite na primeira fase da Libertadores. Não que eu me considere um grande entendedor, só ando vendo mais futebol do que a maioria das pessoas que trabalham. Grupo a grupo, o negócio é o seguinte:
Grupo 1 – Cruzeiro / San Lorenzo-ARG / Caracas-VEN / Potosi - BOL
O Cruzeiro deve passar em primeiro, pelo que anda jogando e pelos resultados da primeira rodada – ganhou de 3x0, enquanto o San Lorenzo perdeu para o Caracas por 2x0, na Venezuela. Os argentinos ainda devem ficar com a segunda vaga, mesmo com a derrota para um time que gosta de eliminar argentinos – o Caracas tirou o River Plate na primeira fase, no ano passado. Para isso, jogarão a vida contra o Cruzeiro na próxima quinta, em casa. O Potosi, com altitude e tudo, entra último.
Grupo 2 – Danubio-UR / Deportivo Cuenca-EQ / Lanus-ARG / Estudiantes-ARG
O Lanus, campeão argentino, é o favorito, mesmo tendo passado alguma dificuldade na Pré-Libertadores – já ganhou na estréia da chave, 3x1 contra o Danúbio, em casa. Para segundo, parada difícil, já que o Estudiantes está mal no campeonato argentino e perdeu para o Cuenca na estréia, fora, por 1x0. Não acredito nos equatorianos, mesmo já tendo 3 pontos. Danúbio e Estudiantes devem brigar pelo segundo.
Grupo 3 – Boca Juniors / Colo Colo / Maracaibo-VEN / Atlas-MEX
Grupo que ainda não começou, e tem uma “exata santa”: Boca em primeiro, Colo Colo em segundo. Quem assistiu a Libertadores do ano passado não pode deixar de marcar o Boca como favorito geral, já que o Riquelme voltou. O Colo Colo é o atual tetra-campeão chileno (dois últimos Aperturas e Clausuras), enquanto os mexicanos do Atlas sofreram para classificar na pré-Libertadores e o Maracaibo não anima muito.
Grupo 4 – Flamengo / Nacional-UR / Cienciano-PER / Coronel Bolognesi-PER
No único grupo que já iniciou a segunda rodada, o Flamengo é o favorito ao primeiro lugar, já que o Nacional voltou dos seus dois jogos no Peru com 3 pontos. Os uruguaios brigarão com o Cienciano, que os derrotou (2x1) na semana passada, pelo segundo lugar. Cienciano, aliás, que eliminou outro uruguaio na pré-Libertadores (o Montevidéu Wanderers), tem como grande trunfo jogar na altitude – se fizer o dever de casa, e não perder para o conterrâneo Bolognesi, tem chance de surpreender. O Coronel Bolognesi já mostrou que é último certo, candidato a ser o pior entre todos os 32 participantes desta fase.
Grupo 5 – América-MEX / River Plate / Univ. Católica–CHI / Univ. San Martin–PER
Chave que já era difícil, pela presença de 3 equipes tradicionais, ficou ainda pior pelo resultado do único jogo até aqui, vitória do San Martin sobre o River (2x0). Os argentinos correm o risco, com isso, de repetir o papelão do ano passado, quando caíram na primeira fase. Pelo que assisti na estréia do River, uma equipe burocrática, abusando dos chuveirinhos para o Loco Abreu, com Ortega desaparecido em campo, a eliminação é uma possibilidade bem razoável. O San Martin agradou na estréia, principalmente pela rapidez do seu ataque – é preciso, no entanto, avaliar o comportamento da equipe fora de casa. O Universidad Católica, dizem, passou por uma reformulação no elenco, mas tem, supostamente um bom time. O América do México, para mim, é o favorito para ficar com uma das duas vagas.
Grupo 6 – Chivas–MEX / Cúcuta-COL / San José-BOL / Santos
Os mexicanos são os favoritos, pois vêm mantendo uma base que os levou a duas semifinais de Libertadores (05/06) nos últimos três anos. O Santos, apesar da má fase, conseguiu um bom empate fora na estréia e se destaca na luta pela segunda fase. O Cúcuta deixou de ganhar o seu jogo mais importante, a estréia em casa contra o Santos (foto), e só mantém as esperanças se ganhar do San José, semana que vem, novamente em casa. Os bolivianos podem decidir a classificação nas duas últimas partidas, ambas em casa, se chegarem vivos até lá.
Grupo 7 – Nacional-COL / São Paulo / Luqueño-PAR / Audax Italiano-CHI
O São Paulo é a força indiscutível da chave. O Nacional de Medellín, atual bi-campeão colombiano, é o favorito à segunda vaga. Pelo que mostrou ontem, o Luqueño pode tentar surpreender – ganhou do Audax, no Chile, por 2x1, e 3 pontos fora sempre podem pesar na hora da classificação. Terá contra si a aparente fraqueza da sua zaga. O Audax mostrou, assim como os paraguaios, grande fragilidade defensiva, além de não ter torcida – e não fazer pressão no adversário, jogando em casa, é uma desvantagem grande. Para mim, os chilenos são outro último certo.
Grupo 8 – Fluminense / LDU / Libertad / Arsenal-ARG
Chave duríssima, que começa hoje. O Fluminense, ao que parece, vai abdicar dos “três tenores”, passando a jogar apenas com dois dos badalados atacantes que contratou. Mesmo assim, perdeu tempo de preparação insistindo com Washington, Dodô e Leandro Amaral juntos, além de ter caído no grupo “da morte”. A LDU superou a saída dos seus principais jogadores, após a participação equatoriana na Copa de 2006, e voltou a ser um forte adversário – ajudado, é claro, pela altitude de Quito. O Libertad ganhou 4 dos últimos 6 campeonatos paraguaios, e foi eliminado das duas últimas Libertadores pelos campeões Inter e Boca em confrontos duríssimos. Os argentinos do Arsenal são atuais campeões da Sul-Americana, mas passaram “arranhando” pela pré-Libertadores, contra o Mineros, da Venezuela, deixando uma certa dúvida sobre a sua real força. Acredito que a estréia de hoje é decisiva para as chances do Flu, pois uma derrota, além dos 3 pontos perdidos, pode gerar uma crise que não possa ser superada em tempo na curta primeira fase.

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