domingo, 11 de julho de 2010

Um Campeão Inédito


Ao contrário das minhas previsões, a Copa do Mundo 2010 coroará um campeão inédito. A Holanda, que passou pela semifinal sem jogar uma grande partida, tem a sua terceira chance de consagração. A Espanha, que dominou amplamente a badalada Alemanha na outra semi, chega pela primeira vez.
O time holandês fez, até aqui, uma Copa baseada na solidez defensiva, com o bom goleiro Stekelenburg protegido por uma defesa forte fisicamente e por dois volantes que marcam duro – Van Bommel, aliás, parece ter um “salvo conduto” dos juízes para bater e não levar cartão, na liberdade para Sneijder criar e no jogo pelas pontas, com Robben aberto na direita e Kuyt na esquerda. Acredito em uma Holanda mais recuada, esperando no seu campo para tentar sair no contrataque. O título holandês dependerá muito da atuação de Wesley Sneijder.
A Espanha, que até então vinha ganhando sem convencer plenamente, fez uma grande semifinal contra os alemães. A entrada de Pedro no lugar de Fernando Torres deu mais velocidade e mais opção pelo flanco ao time espanhol, que venceu a Alemanha também no duelo psicológico. Ao começar o jogo partindo para cima, os espanhóis assustaram os alemães, que recuaram demais e não conseguiram sair no contrataque com a mesma desenvoltura dos jogos anteriores. Talvez pelo peso da decisão, a Alemanha errou muitos passes, Ozil pouco apareceu e o suspenso Thomas Muller fez muita falta. Os espanhóis ficaram sempre com a bola, criaram várias oportunidades, mas acabaram ganhando em lance de bola parada. Puyol, por sinal, fez grande partida, não apenas pelo gol decisivo. Imagino uma Espanha comandando as ações, liderada por Iniesta, que tem sido o grande craque da Fúria até aqui. David Villa é o artilheiro decisivo, também fundamental, mas o meia do Barcelona é o grande articulador da equipe de Vicente Del Bosque. Bem assessorado por Xavi e Xabi Alonso, e protegido por Busquets, que fica mais fixo na frente da zaga, é Iniesta tem criado as ações ofensivas da Espanha. Na parte de trás, um Casillas muito firme, dois laterais voluntariosos e dois zagueiros que não me inspiram confiança.
No balanço geral, acho que a Espanha vai finalmente cravar o seu nome no grupo das potenciais mundiais (em seleções, pois seus clubes já estão na elite mundial há muito tempo). O polvo Paul também acha, e tem acertado tudo até aqui.

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