domingo, 4 de julho de 2010

Cruel Emoção


Uruguai e Gana podem não ter equipes capazes de ganhar a Copa, mas fizeram ontem um jogo de grandes emoções. Nos 90 minutos, períodos de domínio para os dois lados, um gol de Gana (Muntari) em falha do goleiro Muslera, o empate uruguaio em falta cobrada por Forlan, sempre ele. Na prorrogação, os africanos, com maior preparo físico, passaram a dominar os extenuados uruguaios e pareciam mais perto da vitória, até que veio, no último minuto, o momento crucial, um bate-rebate na pequena área uruguaia, em que o centroavante Suarez salvou duas vezes, a primeira com o pé, a segunda com as mãos. Pênalti no último lance, a chance de Gyan marcar mais uma vez e colocar o continente africano em uma inédita semifinal. O herói de Gana, no entanto, não mostrou a mesma calma dos outros pênaltis que cobrou. Desta vez, ele bateu forte e alto, ao contrário das suas cobranças anteriores, quando esperou a movimentação dos goleiros adversários e colocou nos cantos opostos. Bola na trave, fim da prorrogação, decisão por pênaltis.
Obviamente, o momento psicológico passou a ser totalmente uruguaio. Gyan ainda converteu o seu, mas o capitão Mensah e Adyiah perderam. Loco Abreu bateu com a sua tradicional cavadinha e colocou a Celeste em uma semifinal depois de 40 anos. Deu pena ver o choro dos africanos, que fizeram uma Copa consistente e poderiam entrar para a história. Com Gyan, que vinha sendo fundamental para Gana, o destino foi especialmente cruel.
Agora, o Uruguai terá missão difícil contra a Holanda, principalmente pelos desfalques certos de Fucile (que seria o marcador do Robben) e Suarez, além da provável ausência de Lugano. A Celeste tem, até aqui, uma defesa sólida, protegida por dois bons volantes (Arevalo e Perez), e dois atacantes decisivos, Forlan e Suarez, mas carece de criatividade no meio campo. Se conseguir anular Sneijder, pode tentar um crime no contrataque.

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